Iran Silva

Iran Silva

Iran Silva

O erro são os outros

18/12/2013 07h07

O erro são os outros...

Estamos nos protegendo ou escondendo nossas fraquezas, achando culpados para tudo?

Vivemos em sociedade onde cada um tem seu papel a desempenhar. Mas em dado momento as coisas não saem como gostaríamos que fosse. E começamos a buscar onde está o erro, onde está o culpado...

Para que nossa sociedade cresça e se desenvolva, delegamos poderes a determinadas pessoas, para que elas conduzam a maquina que movem essas engrenagens sociais. Só que em alguma estação, há um descarrilamento, e a tragédia é eminente. De quem é a culpa? Do trem? Do condutor? Ou a culpa foi nossa?

Vemos constantemente problemas nas áreas publicas, com promessas não cumpridas. Assim como vemos também, um leque enorme de desculpas que tentam jogar em nossa cara, como se fossem nos convencer de que está tudo bem.

O Município joga a culpa para o Estado, que joga a culpa para a União, essa por sua vez, joga a culpa na imprensa golpista, na elite branca e etc., etc., etc... E o povo, joga a culpa nos políticos.

A Assembleia constantemente, estar envolvida com desvios de dinheiro? É culpa dos políticos.

A Câmara Municipal e Federal é inoperante perante as demandas do povo? É culpa dos políticos.

Existe dependência financeira, através do assistencialismo? É culpa dos políticos.

A construção de novas obras faraônicas, enquanto há varias paralisadas? É culpa dos políticos.

Os índices vergonhosos que amargamos na educação, saúde e segurança? É culpa dos políticos.

E uma serie de outras questões que emperram a maquina do desenvolvimento, também, é culpa dos políticos. E aí a gente citaria para ilustrar: desvio de verba, nepotismo, improbidade administrativa, corrupção, corporativismo, prevaricação e mais, muito mais.

Mas assim como atribuímos a culpa por nossos ‘pecados’, ao diabo, será que não estamos nos isentando de nossas responsabilidades?

Será que diminuímos a nossa culpabilidade, atribuindo responsabilidades aos outros, ao invés de paramos para pensar e analisar de onde saem os políticos?

Eles, os políticos, são os mesmos que nós já havíamos escolhido para comandar nossos sindicatos, nossas associações de bairro... Que pregavam a palavra, a salvação... São aqueles amigos, ou filhos de alguém ilustre... Os líderes estudantis... Aqueles que nunca trabalharam na vida e têm como slogan, ‘trabalho e alguma coisa’... São aqueles que fazem parte de nós, da

sociedade. E que por alguma razão, acreditávamos que era o certo para nos representar, e os escolhemos.

Nós somos responsáveis por nossas escolhas. Os políticos, com seus cargos pomposos e seus interesses ‘altruístas’, não surgiram do nada, não apareceram em um passe de magica. Nós os conduzimos aos seus ‘impérios’. Portanto, somos responsáveis por todas as mazelas praticadas por essa corja de delinquentes, travestidos de homens públicos. (com raríssimas exceções). Eles são o nosso reflexo na sociedade.

Se enquanto não nos desvencilharmos da omissão, e passarmos a admitir nossos próprios erros nas escolhas, vamos demorar em crescer como sociedade civilizada. Devemos execrar da vida publica aquele agente, que nos fez envergonhar pela escolha errada.

Se não aceitamos determinados comportamentos de nossos representantes, não podemos dar-lhes o perdão, através da condução a novos cargos, ou à permanência destes.

Se somos tão hábeis em criticar, (e a critica faz parte do processo) devemos nos perguntar: Se eu lá estivesse, como me conduziria? Agiria da mesma forma, ou faria diferente do que eu critico?

Portanto, na hora do exercício democrático de uma eleição, escolhamos o nosso reflexo como representante, não aquele ‘bonitão’, aquela ‘atriz’, aquele ‘jovem’, aquele ‘trabalhador’, ou qualquer outra adjetivação enganosa. Devemos escolher o que nos parece certo naquele momento, assim como, escolhemos as pessoas do nosso convívio. Afinal, nós preferimos conviver com nossos iguais.

Redimir os erros dos inescrupulosos? Não, de forma alguma. Mas, optar por aqueles que não nos mostre a cada dia, que erramos na escolha. Somos responsáveis por elas.

Essa é minha opinião.

"Não há nada melhor, que você desejar ao outro o que deseja a si mesmo."

Adamaris Elias.