Mozart Luna

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COMPETÊNCIA NÃO SE MEDE PELA COR DA PELE

30/03/2014 21h09

 

O projeto que estabelece cotas para “negros” em concurso público é uma demonstração de discriminação racial, patrocinada pela demagogia política de quem nas eleições vai bater no peito de forma paternalista dizendo que é amigo dos negros e que lutou pela proposta e pede o voto de todos, inclusive dos “brancos”.
Neste país onde não existem mais negros nem brancos puros, e sim uma nova raça que é produto brasileiro, não se admite leis demagógicas e de racista. Somos produto de várias raças, somos mestiços, alguns puxando mais para os negros, índios, pardos, roxos, verdes e até amarelos. Uma verdadeira aquarela brasileira sem rótulos, sem carimbos.
Entretanto dentro dessa realidade vemos propostas demagógicas querendo ser o pai dos “negros” propondo vantagens em Universidades e concurso públicos. Um absurdo. Não se mede a capacidade de um ser humano pela cor da pele. Eu mesmo sou uma mistura de brancos e índios. Não sou nem branco nem negro, sou brasileiro!
Filho de pais pobres. Sempre estudei em escolas públicas e me formei também Universidade Pública. Ao meu lado sempre tive colegas “negros” se assim podemos chamar aqueles que tinham a cor da pele mais escura que a minha. Na faculdade tive também ao meu lado colegas negros, amarelos, partos e até verdes devido a grande ingestão e álcool (cirrose hepática ).
Na peneira da vida, alguns ficaram pelo caminho por motivos diversos desde a necessidade de deixar de estudar para ter que trabalhar, como realmente desistir de se formar. Alguns me consideravam branco devido ao cabelo liso, olhos castanhos claros, entretanto eu estava lá ao lado dos “negros”, meus colegas de sala de aula. Muitos deles se formaram e são grandes profissionais de sucesso onde atuam assim como eu.
Não foi a cor da pele que os colocou no mercado de trabalho, mas a competência e o merecimento intelectual. Não foi preciso uma lei para colocá-los a frente dos “brancos”. Isto seria uma atitude racista e humilhante para eles, pois esses colegas que conheço sabem que lutaram para conquistar o lugar que ocupam e sei que jamais aceitariam essa “esmola”.
A abolição da escravatura no Brasil não foi um presente da “mãe” branca a princesa Isabel, mas fruto da pressão política e social dos negros, amarelos, verdes e de todo arco Iris.
Para garantir aos pobres condições de que ocupem o mercado profissional não é preciso uma lei racista determinando cotas, mas sim melhores condições para o ensino público e longe das drogas.
Lembrando que todos são iguais perante a lei, segundo a Constituição Federal, qualquer proposta que busque discriminar os brasileiros pela cor não passa de racismo e demagogia política.
 

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