Os gatos da Uneal – Universidade Estadual de Alagoas do campus Arapiraca – estão por toda a parte.

Eles adoram ficar pelos jardins da universidade. Exibem-se. Mostram suas formas físicas. São reluzentes, espertos, ágeis e fogosos. Eles são famintos. Apreciam e comem suas presas.

Os gatos da Uneal são assim: ariscos. Há negros, brancos, galegos e misturados. O negro então tem um corpão e parece valente, mas é manso feito um gatinho domesticado.

O galego é brigão. Que nenhum outro se atreva e mexer nele ou, então, roubar-lhe sua comida.

Os gatos da Uneal sempre estão por lá, no Alto do Cruzeiro, e poucos se dão conta deles.

Quem me despertou essa curiosidade foi a cena, quase que corriqueira, da aposentada Maria do Carmo, uma arapiraquense de 60 anos, aposentada.

Ela faz de tudo para apreciar os marmanjos e dar-lhes comida durante as noites de cada dia. Maria do Carmo disse que pede ração em lojas especializadas na venda do produto.

Ela também leva carne para os felinos, quando passa pelos açougues da cidade para alimentá-los.

Os gatos da Uneal se desmancham de manhas quando avistam a senhora que tem a pele enrugada pelo tempo de trabalho durante sua exposição ao sol.

“Eu gosto muito desses bichinhos e tenho carinho por eles que estão sempre com fome, por isso trago comida para alimentá-los”, disse ela enquanto distribuía comida para os gatos da Uneal.

É uma cena que poucos percebem. Uma cena que passa despercebida devido à correria do dia a dia e da pressa das pessoas e que não observam uma circunstância como esta.

É vida que segue em Arapiraca, cidade que vem crescendo a passos progressivos. Com uma violência assustadora entre assaltos e homicídios e que nenhuma autoridade, seja do poder que for, nada faz para diminuir ou amenizar as ações dos marginais, dos traficantes de drogas, dos matadores.

É vida que segue quase sem esperança alguma de dias melhores. O período é de inflação alta que acarreta no preço da gasolina, da luz e dos achatamentos salariais.

É vida que segue depois das eleições presidenciais, de um governo que se quis e do governo que não se queria ter.

Mas, é vida que segue sem observar a beleza dos gatos da Uneal que estão sempre famintos à espera de uma aposentada que trata bem dos bichanos.

Passe lá para ver os gatos da Uneal. Quem sabe você pode se encantar por alguns deles e fazer uma boa ação, assim como faz a Maria do Carmo nos seus 60 anos de vida, que parece ter muito mais.

Os gatos da Uneal!