Blog do André Avlis
SELEÇÃO BRASILEIRA: Brasil mostrou que é possível ter um alfabeto de planos
Com gols de Raphinha, Phillipe Coutinho, Antony e Rodrygo, Brasil goleia o Paraguai pela 16° rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo Catar 2022
Voltem alguns posts - talvez esse seria um bom começo para este.
Há alguns dias citei o fator "planos" para falar sobre a ruim atuação do Brasil contra o Equador.
Contra o Paraguai parece que eles surgiram. Aliás, ressurgiram.
Tite precisou fazer algumas mudanças por obrigação, outras por opção.
Diferente do que vinha acontecendo, o técnico alterou o esquema para o 4-1-4-1.
A partir da segunda linha, o time tinha: Fabinho como volante na frente da defesa; Coutinho e Paquetá como armadores; Vinícius Júnior e Raphinha nas pontas; Matheus Cunha como centroavante.
Na movimentação defensiva, como de costume, as duas linhas de quatro (no 4-4-2) foram mantidas.
O que chamou atenção foram as variações de movimentos nas construções das jogadas dentro do "novo" sistema.
Na "saída de 3", Daniel Alves virava um meio-campista, Alex Telles fechava pela esquerda e Fabinho se aproximava do homem da bola.
Nessa movimentação os pontas abriam ainda mais, dando amplitude. Alargando o campo para a possibilidade das bolas invertidas, passes verticais e infiltrações.
No meio, os armadores se aproximavam para as triangulações, retenção da posse de bola e movimentos que abriam espaços para penetrações.
Apesar da fragilidade da seleção paraguaia, o Brasil mostrou repertório tático para transpor uma defesa que defende com uma linha de cinco.
Na defesa, houve a solidez e consistência de sempre. Proveniente do bom trabalho tático e característico do Brasil.
Vale destacar os posicionamentos e movimentações de Daniel Alves, Paquetá e Coutinho.
A liberdade para flutuar entre as linhas foram importantes para que espaços aparecessem. Criando situações posicionais favoráveis para outros fatores.
Por exemplo: o "mano" dos pontas brasileiros e as inversões de jogadas. Além da chance de acionar o pivô.
Foi um jogo seguro, tranquilo e que mostrou que há possibilidades para variações. Diferente do terrível jogo contra o Equador.
Apesar do frágil adversário e parâmetro não tão extremo, vale destacar a mudança aparente da seleção.
Adenor tem, agora, outras alternativas para implantar na equipe. Entre peças, esquemas, modelo de jogo e variações táticas.
Vários planos. Um alfabeto deles.