As articulações para a formação de chapas seguem quentes nos bastidores da política, envolvendo personagens importantes, puxadores de voto e os sempre presentes “poca-urnas”. Todos eles são peças importantes na estratégia eleitoral, e normalmente os partidos escondem seus talentos – para evitar o justo assédio por outras legendas e outros grupos políticos.

Como partido governista há oito anos, o MDB é o partido mais visado para a captura desses pré-candidatos. Ao menos três deles, bons puxadores de voto, estão sendo sondados por outras legendas – cada uma com sua promessa de “eleição garantida”. São os casos de Daniel Barbosa, Alfredo Gaspar de Mendonça e Ronaldo Medeiros.

Daniel, filho do prefeito arapiraquense Luciano Barbosa, segue filiado ao MDB – e recebendo “mimos” constantes dos dois caciques emedebistas locais, Renan e Renanzinho. Na legenda, ele tem boas chances de eleição para a câmara federal, mas é pressionado a entrar no PP de Arthur Lira (onde também tem boas chances) e pode até mesmo estar no PT daqui para as eleições.

Já o secretário de segurança pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, vem compondo a chapa emedebista para a câmara federal desde o começo do processo, mas tem discretamente negociado com pelo menos mais uma legenda. Gaspar foi visto em Brasília recentemente, na sede nacional de um partido que terá chapa em Alagoas. No entanto, após conversa com o governador, a negociação não evoluiu – embora a porta ainda não esteja fechada.

Já com Ronaldo Medeiros, a pressão ocorre por parte do MDB, para que ele permaneça no partido – o deputado tem um acerto com o PT, onde já conversa e participa da formação da chapa petista como dirigente da sigla. Recentemente, esteve numa reunião do MDB no mesmo dia em que conversou com o deputado Paulão... sua situação é indefinida (por força do próprio deputado, que não fecha a porta para nenhum dos dois partidos).

Até o início de abril, a roda gira... e o eleitor não deve se surpreender caso o MDB mantenha os três – ou perca todos eles. Tudo pode acontecer.