O ‘bicho tá pegando’ em Brasília, pelo controle do maior partido do país em Alagoas – o União Brasil (UB). Arthur Lira por lá já está, e Marcelo Victor embarcou sem dia para voltar, a fim de garantir a legenda (e os recursos) para a difícil campanha deste ano.

O cenário neste momento é mais complexo para o presidente da ALE, Marcelo Victor. Isto porque o projeto de comandar o estado com um mandato tampão de Paulo Dantas e sua consequente reeleição passa pelo controle da UB, pela formação do chapão e pelo comando do governo do estado. Esta engrenagem só funciona se estiver conectada – e neste momento, o comando do partido está em perigo.

Para ilustrar melhor o problema que MV está tentando resolver na capital federal, dividimos a questão em tópicos:

• 
  - Há um acordo para eleger Paulo Dantas governador, que está fechado com pelo menos 15 deputados (são necessários 14 votos para a vitória na eleição suplementar).
• - Este acordo inclui, para os que escolherem se filiar a UB, uma pomposa ajuda financeira do fundo eleitoral – que segundo fontes fidedignas, gira em torno de R$ 40 milhões para Alagoas.
• - Os deputados que não se filiarem a UB mas escolherem votar em Paulo Dantas terão espaço político no seu futuro governo.
• - Com Arthur Lira “tomando” a UB de Marcelo Victor, resta a MV encontrar uma outra legenda que consiga bancar campanha do grupo de deputados (o que é difícil, dada a proximidade do fim da janela); ou encaixá-los no governo Dantas.
• - Esta possibilidade não contempla vários deputados do grupo, já que espaço no governo não significa necessariamente recursos para campanha; com isso, MV avalia que pode haver “traições” na eleição.
• - Como a margem de manobra dos votos é pequena (são necessários 14 e o grupo de MV gira entre 15 e 16 parlamentares) a eleição tampão de Dantas depende do resultado desta negociação.
• - Sem acordo e rompido com Marcelo Victor, Arthur pode direcionar os deputados do grupo a outra candidatura – a única posta até o momento é a de Davi Maia (PSDB). Jó Pereira, Ângela Garrote, Tarcizo Freire e Davi Davino Filho são os deputados próximos a Lira. Davi e Cabo Bebeto votam juntos. Olavo Calheiros e Antonio Albuquerque não votam com MV.

Para Marcelo Victor, é possível reverter a situação e retomar a UB em Alagoas? Para alguns colunistas políticos e analistas a resposta é sim, mas não é uma equação fácil – principalmente porque do lado oposto está um dos mais poderosos políticos do Brasil no momento atual.

Este é o cenário – de fortes emoções na reta final de janela partidária... e o relógio corre contra Marcelo Victor.