Renan Calheiros tem intercalado momentos de efusiva verbalização com outros de silêncio durante esta campanha eleitoral. Longe da linha de frente da campanha majoritária de Paulo Dantas (MDB), o senador vem empenhando nas redes sociais um embate entre gigantes com o deputado Arthur Lira (PP).

Para alguns setores da imprensa nacional, a guerra entre os dois caciques alagoanos tem um objetivo claro: Renan deseja derrotar Lira pois, num provável terceiro mandato de Lula, é ele quem seria o porta-voz do petista no parlamento, e não o líder do centrão.

Lira já deu sinais claros de que vai conversar sobre seu futuro seja quem for o presidente eleito - embora esteja claramente na linha de frente de Bolsonaro. Caso Lula seja o próximo presidente, analistas avaliam que, com algumas concessões - como o fim do orçamento secreto - é possível que Lira tenha seu nome apoiado para a reeleição na Câmara dos Deputados.

Sabedor disso, Renan trabalha para que Arthur chegue em Brasília o mais enfraquecido possível.

Em Brasília, circula livremente pelos corredores a informação de que Lula ofereceu a Renan, além de um ministério central da futura gestão (que pode ser ocupado por Renan Filho), a presidência da comissão de orçamento do Senado, além de apoiar o seu nome para a primeira secretaria da casa, a responsável pelo orçamento interno.

O senador alagoano tem dito em entrevistas que quer apenas contribuir com o governo de Lula, sem nenhuma posição estratégica - o que obviamente é uma estratégia para não “queimar” o seu nome cedo demais. Renan sabe que, na política, tudo tem o seu tempo.