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Bolsonaro negocia presença em AL para fechar palanque com Rodrigo Cunha

Interlocutores tentam em Brasília uma aproximação entre os dois personagens

04/10/2022 19h07 - Atualizado em 04/10/2022 20h08
Bolsonaro negocia presença em AL para fechar palanque com Rodrigo Cunha

Uma informação que vem de Brasília pode mudar o cenário do segundo turno em Alagoas, hoje mais favorável ao atual governador Paulo Dantas (MDB), que venceu o primeiro turno com certa margem. Está sendo gestada, na capital federal, um pedido de votos do presidente Bolsonaro para o senador Rodrigo Cunha (UB).

Cunha manteve-se neutro no primeiro turno, mesmo sofrendo pressão de setores de sua campanha, especialmente de Arthur Lira, um dos braços direitos do presidente. Foi dele a ideia da “neutralidade” de Bolsonaro em Alagoas no primeiro turno, mesmo com Collor alardeando publicamente ser o seu candidato - o ex-presidente jamais recebeu nenhum aceno, vídeo ou declaração a seu favor.

Neste início de segundo turno, Bolsonaro mudou drasticamente sua estratégia de campanha, e nesta terça-feira (04) articulou fortemente seu novo posicionamento, recebendo apoio dos governadores dos três maiores colégios eleitorais do país. É nessa costura que está inserido Rodrigo Cunha.

Em que pese Alagoas não ter grande peso matemático no cenário nacional, há um personagem da política local que incomoda Bolsonaro e Lira - o senador Renan Calheiros. Imprimir uma derrota a ele no governo do estado é uma questão que sempre agrada ao presidente - e ele próprio teria enxergado essa como a hora certa.

Da parte de Bolsonaro, não há nenhuma restrição ao nome de Rodrigo. Ele sabe que em 2018 o senador manteve-se neutro, mas isso não chega a ser um empecilho. O maior nó a ser desatado está do lado de cá - a resistência do próprio Cunha a Bolsonaro, um político que esteve sempre fora da esfera de convivência do senador.

Rodrigo avalia que receber apoio e pedir votos para Bolsonaro o fará perder o seu “eleitorado raiz”. Pessoas próximas ao senador, ouvidas pelo Blog Bastidores, tentam convencer de que o apoio do presidente, em ascensão no cenário nacional, será o “fato novo” para tirar a grande diferença de votos existente até o momento.

Nas próximas horas, a decisão deve ser tomada. A polarização nacional pode se repetir em Alagoas, desta vez com um novo personagem.

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