O futebol é mágico. Mas não é praticado através de mágica.

O técnico Sidney Moraes foi anunciado pelo ASA no dia 7 de março. Veio com o peso de ter números não tão bons na carreira e um desempenho abaixo do habitual.

No entanto, critica-lo nesse momento é usar de incoerência - chega até ser injusto.

Desde que chegou, o treinador não teve, ao menos, uma semana 'cheia' de treinos. Por esse motivo, é impossível implantar conceitos e ideias táticas.

O futebol não é uma receita de bolo ou feitiço onde se usa uma varinha de condão e tudo fica nos trinques.

Apesar disso, podemos analisar algumas ações e opções pontuais daquilo que foi escolhido pelo técnico nesse segundo jogo contra o Murici.

Defensivamente o time foi bem. O sistema 4-1-4-1 proporciona mais compactação e organização entre setores. É uma configuração que me agrada.

Contudo, o posicionamento na fase ofensiva que vai precisar de ajustes.

Anderson Feijão aberto pela esquerda fica restrito a uma faixa de campo e tem seu campo de ação diminuído. Assim como Vitinho pela direita.

Com isso, a dinâmica de movimentação de Fidélis e Everton Heleno fica restrita apenas ao corredor central.

Além disso, com dois jogadores praticamente fixos nas beiradas, as ultrapassagens dos laterias diminuem por não ter a movimentação dos extremos dentro.

Dificultando assim as alternativas do jogo de aproximação para que Lúcio Maranhão seja mais municiado.

O time se torna, de certa forma, previsível. Pois a dinâmica de movimentação se repete a cada transição.

São fatores e variáveis que precisam de tempo para ser implantados e assimilados pelos jogadores.

E isso requer tempo. Um fator que Sidney não teve. 

Por isso que, em meu ponto de vista, critica-lo de forma veemente nesse momento é ser um tanto - ou muito - incoerente.