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Republicanos faz ‘malabarismo’ para entrar na base de Lula e manter filiados bolsonaristas

Partido desautorizou publicamente o governo a afirmar que legenda faz parte da base de Lula, embora tenha ganho um ministério

08/09/2023 17h05
Republicanos faz ‘malabarismo’ para entrar na base de Lula e manter filiados bolsonaristas

Em nota emitida na quinta-feira (07), a direção nacional do Republicanos - partido que fechou sua entrada no governo do presidente Lula um dia antes - afirmou que a legenda não autorizou a negociação com o governo, que resultou na ida do deputado Silvio Costa Filho (Rep-PE) para o ministério de Portos e Aeroportos.

Além de cargo de primeiro escalão e o controle dos portos e aeroportos do país, a sigla abocanhou também a direção nacional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), que havia sido extinta por Bolsonaro e agora será refundada por Lula para fidelizar uma das maiores bancadas da câmara, com 41 deputados.

O enredo escolhido para a ida ao governo Lula, após ser um dos mais fiéis aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, é o de desautorizar a imagem do Republicanos como um partido que adentrou institucionalmente na gestão petista. A ideia é transformar o gesto num movimento da bancada da legenda.

Para isso, o deputado Silvio Costa, além de licenciar-se da função de deputado (o que já faria obrigatoriamente), terá que entregar também suas funções de presidente do Republicanos em Pernambuco, além do cargo de tesoureiro nacional da legenda.

Com essa estratégia, o partido espera estancar a “sangria” de filiados importantes do campo bolsonarista, que ameaçam deixar a legenda caso ela se torne lulista de carteirinha. Embora a maioria da bancada da câmara esteja disposta a entrar no governo, no senado e entre os governadores republicanos a história é diferente.

São os casos, por exemplo, do governador paulista Tarcísio de Freitas, que já declarou publicamente que pode deixar o Republicanos. O senador e ex-vice-presidente da República, Hamilton Mourão, já negocia sua entrada no Partido Novo. E Damares Alves, ex-ministra de Bolsonaro, também já mostrou descontentamento público com a situação.

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