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Medellín e Chapecó se unem em homenagens à Chapecoense

Por Claudio Barbosa com agências 30/11/2016 21h09
Medellín e Chapecó se unem em homenagens à Chapecoense

Na noite desta quarta-feira (30), na cidade de Chapecó, os torcedores da Chapecoense lotaram a Arena Condá. Tal como em Medellín, o grito 'Vamos, vamos, Chape'. Em um dos momentos mais emocionantes, os jogadores do time catarinense que não embarcaram para a Colômbia foram ovacionados no gramado. Aos prantos, as viúvas dos companheiros de time acompanham as homenagens.  Na sequência, o placar da Arena Condá exibia fotos, nomes e data de nascimento dos jogadores e integrantes da comissão técnicas que faleceram no acidente em Medellín. Também foram exibidos os nomes dos jornalistas mortos na tragédia. Os nomes de todas as vítimas vinham acompanhados das palavras 'eternos campeões'.

Orações

A noite na Arena Condá também teve silêncio para ouvir as palavras de conforto dos pastores Claudir, Bartolomeu e do padre Igor. O padre Igor, uma espécie de torcedor símbolo pela devoção particular ao time da cidade, convocou a torcida a gritar "sou Chapecoense, com muito orgulho, com muito amor".

"Deus ama a cidade de Chapecó e há de dar a ela um novo dia, um novo sentido, uma nova vida" — anunciou o pastor Bartolomeu.

Homenagens em Medellin 

Atendendo ao pedido do clube e num dos mais belos gestos da história do futebol mundial, a torcida do Atlético Nacional, da Colômbia, lotou o estádio, na noite desta quarta-feira, para homenagear a Chapecoense. Com a maioria vestida de branco, os torcedores griataram, antes do início da solenidade, 'vamos, vamos, Chape' no estádio Atanasio Girardot, em Medellín. Seria neste local que o time catarinense enfrentaria o elenco colombiano, na primeira partida da final da Copa Sul-Americana. Mas a tragédia, que matou 71 pessoas, acabou com o sonho da Chape.

Ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra se emocionou ao discursar no Atanasio Girardot: "As cores do Chapecoense são verde e branco, que representam a esperança e a paz" - disse.

Indenização

As famílias dos 19 jogadores da Chapecoense mortos no acidente na Colômbia receberão uma indenização de um seguro pago pela CBF. O valor de cada indenização será de 12 vezes o salário mensal do jogador registrado na confederação, com um teto de R$ 1,2 milhão. O acordo não vale para direito de imagem ou outros contratos. Em março deste ano, a confederação instituiu um seguro de vida para todos os jogadores profissionais com contrato ativo no BID – o Boletim Informativo Diário da CBF. O seguro vale para jogadores, não para integrantes de comissões técnicas, e cobre casos de morte ou acidentes que resultem em invalidez permanente ou funcional.  

Sócios torcedores

Ivan Tozzo, presidente em exercício da Chapecoense, revelou nesta quarta-feira que o clube ganhou a adesão de 13 mil sócios de fora da cidade. "Nem nós sabíamos da grandeza do clube. De ontem para hoje 13 mil sócios quiseram se associar, todos de fora de Chapecó", citou ele, numa referência as pessoas que querem contribuir com a equipe após a tragédia. Segundo o dirigente, a Chapecoense tem  9 mil sócios pagantes.