Alagoas

Em Maceió, Movimento dos Sem Terra deixa trânsito congestionado

Avenida Fernandes Lima est&aacute; congestionada nesta manh&atilde; de sexta-feira<br />

09/03/2012 10h10
Em Maceió, Movimento dos Sem Terra deixa trânsito congestionado
DA REDAÇÃO
Com assessoria

Trabalhadores rurais do Movimento dos Sem Terra (MST) estão fazendo mobilizações na capital alagoana para marcar o Dia Internacional da Mulher. Desde a manhã desta quinta-feira (8), cerca de 1200 famílias se movimentam em Maceió na Jornada Nacional de lutas das mulheres da Via Campesina. Os camponeses marcham na manhã desta sexta-feira (9) em direção ao Centro da capital e o trânsito está congestionado, principalmente na Avenida Fernandes Lima.

Em direção ao Centro da cidade, as famílias Sem Terra exigem do poder público a realização da Reforma Agrária, em Alagoas, mais uma vez cobrando a legalização das terras do falido banco estadual (Produban) para fins de assentamento. No Estado e por todo país as vozes das mulheres em luta se fazem ouvir no coro “Veta Dilma”, em defesa do Código Florestal e da preservação de florestas, rios, mananciais e todo meio ambiente.

Depois de ocuparem na quinta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e agendar audiência com a superintendente do órgão, Sandra Menezes, para hoje, o contingente de trabalhadores rurais se deslocou pela Avenida Fernandes Lima, em marcha até a Eletrobrás Distribuição Alagoas. Na ocupação do órgão, uma comissão de mulheres foi recebida pela presidência, setor de operações e técnicos e gestores ligados ao Programa Luz para Todos.

A representação da Eletrobrás informou às manifestantes da limitação em resolver a pauta dialogada até ali (desde mobilizações em anos anteriores), devido à falta de contratação/licitação de novas construtoras, o que já está superado. Discutindo ponto a ponto do documento protocolado já no mês passado com demandas dos assentamentos, o Diretor de Operações, Vladimir de Abreu, sinalizou que “a vontade desta equipe é fazer”.

Na próxima terça-feira (13), as novas construtoras irão se reunir com a Eletrobrás para conhecimento das demandas de ampliação ou ajuste de rede em todo Estado. Segundo Abreu, a intenção da empresa é contemplar, até o final de 2012, no Programa Luz Para Todos a íntegra das áreas listadas pelo Movimento.

"Nós, mulheres do campo, estamos ocupando esses espaços na cidade, no dia 8 de março, para mostrar nossas pautas à sociedade e fazer cobrança e pressão às instâncias devidas”, afirmou Tarciana Ribeiro, da Direção Nacional do MST. E completa: “estamos aqui contra a violência que atinge as mulheres no campo e na cidade e pela Reforma Agrária. Mostrando a força da mulher, vamos fazer crescer essa luta que não é só de quem está no campo, mas de toda a sociedade.”

A Jornada Nacional de lutas das mulheres, realizada todos os anos na passagem do 8 de março, já alcança 17 estados e o Distrito Federal, com marchas, protestos, ocupações e um amplo diálogo com a sociedade sobre as necessidades de um modelo de agricultura centrado na mulher e no homem camponês, que garanta soberania alimentar e preserve o meio ambiente. Para tanto, é imprescindível o veto da Presidenta ao Novo Código Florestal, impedindo novas devastações e punindo as passadas.