Polícia
Alagoanos iniciam nova vida após cirurgias de Lábio Leporino
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22/03/2012 17h05
Depois de serem submetidos a intervenções cirúrgicas para corrigir deformidades ocasionadas pelo Lábio Leporino, 50 alagoanos iniciaram um novo ciclo de suas vidas nesta quinta-feira (22). Com a imagem da fissura labial apenas na lembrança, eles agora irão receber o acompanhamento de fonoaudiólogos, psicólogos, otorrinolaringologistas, odontólogos e nutricionistas, para que possam respirar e se comunicar normalmente, depois de terem sido beneficiados pela Operação Sorriso em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Ainda vivenciando a fase do pós-operatório, já que o mutirão das cirurgias ocorreu, no último final de semana, crianças e adultos deixaram a vida marcada por preconceitos e indiferença, passando a desfrutar de um cotidiano que não terá mais espaço para a falta de aceitação, vergonha e medo de encarar o mundo. Essa era a expectativa do agricultor Júlio Barbosa da Silva, que desde o seu nascimento, há 51 anos, nunca pode sorrir abertamente e sempre conviveu com um lábio deformado, sendo muitas vezes excluído por familiares e amigos.
Minutos antes de subir na Van, que o levou para o município de Batalha, onde vive com sua esposa e sete filhos, ele sorriu para uma foto. Em meio a muitas lágrimas e sorrisos, Júlio Barbosa disse que nasceu novamente e que, agora, depois de quase 30 anos de casado, irá poder beijar sua esposa naturalmente, além de conversar sem medo de ser motivo de chacota.
“É uma sensação que não sei explicar, porque me olho no espelho e vejo uma pessoa totalmente diferente. Vejo uma beleza que não existia e sei que ninguém vai olhar pra mim com admiração. Mas o que é mais curioso, é o fato de ter que aprender a falar, porque tudo na minha boca mudou, e depois de 51 anos tenho que reaprender a me comunicar”, admitiu Júlio Barbosa, ainda com dificuldades para pronunciar palavras monossilábicas.
Questionado de não ter realizado a cirurgia anteriormente, ele informou que nunca dispôs de recursos financeiros suficientes. “Na época em que era criança, meus pais não tiveram este entendimento e depois que casei tive que trabalhar para cuidar de meus sete filhos. Quando a gente se torna pai, nossa atenção é voltada para os filhos e os nossos problemas passam a ter menor importância”, relatou emocionado o agricultor.
Emoção também sentida pela dona de casa, Diana dos Santos, mãe do pequeno Samuel dos Santos, com apenas dois anos. Ele também foi um dos 50 alagoanos submetidos à cirurgia de Lábio Leporino. Samuel foi atendido pela equipe médica e foi liberado para retornar à sua residência, localizada no município de Pilar.
“Quando meu filho nasceu, tive dificuldade para aceitar a deformidade que ele possuía. Pensei até que fosse um castigo de Deus, mas compreendi que se tratava de uma anomalia e procurei ajuda médica para cuidar dele. Infelizmente a cirurgia custava R$ 12 mil e nunca tive a oportunidade de submeter meu filho a este procedimento, pois não tinha dinheiro disponível”, afirmou.
Operação Sorriso
Mas, graças à parceria firmada entre a Organização Não Governamental (ONG) Operação Sorriso e a Sesau, o sonho da mãe de Samuel e do agricultor Júlio Barbosa foram realizados. Segundo a coordenadora da Operação Sorriso, Luciana Garcia, dos 153 alagoanos que passaram pela triagem, 84 não puderam fazer a cirurgia, mas terão outra oportunidade na próxima edição, a ser realizada ainda este ano.
“Estamos com a sensação do dever cumprido, porque não há nada mais gratificante do que ver alguém que poder sorrir, respirar e falar adequadamente. Para se ter ideia, de cada dez crianças que nascem com Lábio Leporino, uma morre antes de completar um ano de idade”, informou. Ainda de acordo com ela, uma criança nasce com Lábio Leporino a cada três minutos, que pode ser ocasionado por uma má formação congênita, carga genética ou hereditariedade.
Luciana Garcia destacou que a anomalia atinge uma a cada 650 crianças nascidas no Brasil, totalizando 5.800 novos casos por ano. “As causas ainda não são conhecidas dos especialistas, mas há estudos que apontam o fator genético como um dos grandes causadores do Lábio Leporino, atrelado à ingestão de drogas durante a gravidez e a desnutrição da gestante”, disse a coordenadora da Operação Sorriso.
Ainda vivenciando a fase do pós-operatório, já que o mutirão das cirurgias ocorreu, no último final de semana, crianças e adultos deixaram a vida marcada por preconceitos e indiferença, passando a desfrutar de um cotidiano que não terá mais espaço para a falta de aceitação, vergonha e medo de encarar o mundo. Essa era a expectativa do agricultor Júlio Barbosa da Silva, que desde o seu nascimento, há 51 anos, nunca pode sorrir abertamente e sempre conviveu com um lábio deformado, sendo muitas vezes excluído por familiares e amigos.
Minutos antes de subir na Van, que o levou para o município de Batalha, onde vive com sua esposa e sete filhos, ele sorriu para uma foto. Em meio a muitas lágrimas e sorrisos, Júlio Barbosa disse que nasceu novamente e que, agora, depois de quase 30 anos de casado, irá poder beijar sua esposa naturalmente, além de conversar sem medo de ser motivo de chacota.
“É uma sensação que não sei explicar, porque me olho no espelho e vejo uma pessoa totalmente diferente. Vejo uma beleza que não existia e sei que ninguém vai olhar pra mim com admiração. Mas o que é mais curioso, é o fato de ter que aprender a falar, porque tudo na minha boca mudou, e depois de 51 anos tenho que reaprender a me comunicar”, admitiu Júlio Barbosa, ainda com dificuldades para pronunciar palavras monossilábicas.
Questionado de não ter realizado a cirurgia anteriormente, ele informou que nunca dispôs de recursos financeiros suficientes. “Na época em que era criança, meus pais não tiveram este entendimento e depois que casei tive que trabalhar para cuidar de meus sete filhos. Quando a gente se torna pai, nossa atenção é voltada para os filhos e os nossos problemas passam a ter menor importância”, relatou emocionado o agricultor.
Emoção também sentida pela dona de casa, Diana dos Santos, mãe do pequeno Samuel dos Santos, com apenas dois anos. Ele também foi um dos 50 alagoanos submetidos à cirurgia de Lábio Leporino. Samuel foi atendido pela equipe médica e foi liberado para retornar à sua residência, localizada no município de Pilar.
“Quando meu filho nasceu, tive dificuldade para aceitar a deformidade que ele possuía. Pensei até que fosse um castigo de Deus, mas compreendi que se tratava de uma anomalia e procurei ajuda médica para cuidar dele. Infelizmente a cirurgia custava R$ 12 mil e nunca tive a oportunidade de submeter meu filho a este procedimento, pois não tinha dinheiro disponível”, afirmou.
Operação Sorriso
Mas, graças à parceria firmada entre a Organização Não Governamental (ONG) Operação Sorriso e a Sesau, o sonho da mãe de Samuel e do agricultor Júlio Barbosa foram realizados. Segundo a coordenadora da Operação Sorriso, Luciana Garcia, dos 153 alagoanos que passaram pela triagem, 84 não puderam fazer a cirurgia, mas terão outra oportunidade na próxima edição, a ser realizada ainda este ano.
“Estamos com a sensação do dever cumprido, porque não há nada mais gratificante do que ver alguém que poder sorrir, respirar e falar adequadamente. Para se ter ideia, de cada dez crianças que nascem com Lábio Leporino, uma morre antes de completar um ano de idade”, informou. Ainda de acordo com ela, uma criança nasce com Lábio Leporino a cada três minutos, que pode ser ocasionado por uma má formação congênita, carga genética ou hereditariedade.
Luciana Garcia destacou que a anomalia atinge uma a cada 650 crianças nascidas no Brasil, totalizando 5.800 novos casos por ano. “As causas ainda não são conhecidas dos especialistas, mas há estudos que apontam o fator genético como um dos grandes causadores do Lábio Leporino, atrelado à ingestão de drogas durante a gravidez e a desnutrição da gestante”, disse a coordenadora da Operação Sorriso.
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