Alagoas
Sem encenação da Paixão de Cristo, Morro da Massaranduba está abandonado
Local era palco para apresentações que arrastavam milhares de pessoas
29/03/2013 07h07
Kamylla Lima
Um reduto de fé. Assim pode ser definido o Morro Santo da Massaranduba, na zona rural de Arapiraca. No ponto mais alto da cidade, construções inacabadas carregam marcas dos dias em que multidões caminhavam pelo solo empoeirado para acompanhar o espetáculo da Paixão de Cristo. Hoje, o que se vê é um grande espaço vazio ornado com galhos secos e entulho.
A tinta, comprada pelos próprios moradores da localidade do Sítio Massaranduba, tenta trazer um pouco mais de vida a um dos morros mais antigos de Arapiraca. Sem energia elétrica, é difícil imaginar que superproduções já foram encenadas ali. O espetáculo começou a ser apresentado em Arapiraca em 1996 e foi considerando Patrimônio Cultural Imaterial do Estado por meio de uma lei estadual.
A fachada da igreja é incomum. Uma escadaria dá acesso ao local onde aconteciam as principais cenas da Paixão. Corroída pela ação do tempo, a construção não tem estrutura para abrigar uma paróquia. Janelas com madeira desgastada, pilastras tomadas por insetos e paredes velhas. Esse é o cenário da igreja cuja obra nunca foi concluída.
“A igreja estava sendo erguida para servir à comunidade”, diz o ex-deputado Demuriez Leão, um dos idealizados do projeto. Ele afirma, ainda, que a intenção era que o local pudesse ser utilizado pelas paróquias de Arapiraca durante todo o ano e não apenas durante a Semana Santa. Sobre o abandono do local, Leão resume a situação: “Falta apoio de todo o lado”.
Com fé
Mesmo sem encenação da Paixão de Cristo, o Morro – que já é centenário – continuará recebendo os fiéis. No local, ainda persistem aqueles que sobem até o ponto mais alto a pé, apenas apoiado em uma corda, como prova de devoção. É o caso do aposentado José Odilon, de 62 anos, que já subiu o Morro 37 vezes e diz que “se o corpo aguentar subo este ano de novo, mas se não subir, em desço; descer é mais sacrificante e as pessoas nem sabem”.
A tradicional procissão, que sai de madrugada da Concatedral de Nossa Senhora do Bom Conselho, no Centro, e segue até o Morro, também acontece normalmente. O local ainda contará com uma programação religiosa durante toda a Sexta-Feira Santa. Os grupos das paróquias da cidade poderão se reunir em oração nos seguintes horários: às 8h estarão os paroquianos da Nossa Senhora do Conselho, às 9h30, os de São José; às 14h, o espaço será para os de Santo Antônio; às 15h30, os da Coração de Jesus. O encerramento será com o grupo Unidos Pela Fé.
Sem Paixão
A confirmação partiu da própria Associação dos Artistas de Massaranduba: o espetáculo da Paixão de Cristo no Morro foi cancelado este ano, em Arapiraca. Para justificar o motivo da não realização, eles foram bem claros ao informar que não havia apoio financeiro. A apresentação - feita no mesmo molde da encenação de Nova Jerusalém, em Pernambuco, em que os espectadores precisam se deslocar entre os cenários espalhados pelo terreno – era aguardada em toda a região.
Símbolo de fé, o Morro era palco para uma encenação grandiosa. Apenas no ano passado, mais de 300 pessoas formavam uma equipe de técnicos e atores, o que chamava atenção e movimentava a cidade. Essa lembrança ainda está recente na memória da aposentada Maria José Ferreira, de 64 anos. “Era uma alegria só. Minha casa ficava cheia de gente; era um vai e vem bonito de se apreciar na cidade”, relembra.
Apesar do cancelamento este ano, a associação informou que isso não representa o fim do projeto e que os organizadores já estão trabalhando para que a apresentação – que já trouxe atores conhecidos nacionalmente – volte em 2014.
Um reduto de fé. Assim pode ser definido o Morro Santo da Massaranduba, na zona rural de Arapiraca. No ponto mais alto da cidade, construções inacabadas carregam marcas dos dias em que multidões caminhavam pelo solo empoeirado para acompanhar o espetáculo da Paixão de Cristo. Hoje, o que se vê é um grande espaço vazio ornado com galhos secos e entulho.
A tinta, comprada pelos próprios moradores da localidade do Sítio Massaranduba, tenta trazer um pouco mais de vida a um dos morros mais antigos de Arapiraca. Sem energia elétrica, é difícil imaginar que superproduções já foram encenadas ali. O espetáculo começou a ser apresentado em Arapiraca em 1996 e foi considerando Patrimônio Cultural Imaterial do Estado por meio de uma lei estadual.
A fachada da igreja é incomum. Uma escadaria dá acesso ao local onde aconteciam as principais cenas da Paixão. Corroída pela ação do tempo, a construção não tem estrutura para abrigar uma paróquia. Janelas com madeira desgastada, pilastras tomadas por insetos e paredes velhas. Esse é o cenário da igreja cuja obra nunca foi concluída.
“A igreja estava sendo erguida para servir à comunidade”, diz o ex-deputado Demuriez Leão, um dos idealizados do projeto. Ele afirma, ainda, que a intenção era que o local pudesse ser utilizado pelas paróquias de Arapiraca durante todo o ano e não apenas durante a Semana Santa. Sobre o abandono do local, Leão resume a situação: “Falta apoio de todo o lado”.
Com fé
Mesmo sem encenação da Paixão de Cristo, o Morro – que já é centenário – continuará recebendo os fiéis. No local, ainda persistem aqueles que sobem até o ponto mais alto a pé, apenas apoiado em uma corda, como prova de devoção. É o caso do aposentado José Odilon, de 62 anos, que já subiu o Morro 37 vezes e diz que “se o corpo aguentar subo este ano de novo, mas se não subir, em desço; descer é mais sacrificante e as pessoas nem sabem”.
A tradicional procissão, que sai de madrugada da Concatedral de Nossa Senhora do Bom Conselho, no Centro, e segue até o Morro, também acontece normalmente. O local ainda contará com uma programação religiosa durante toda a Sexta-Feira Santa. Os grupos das paróquias da cidade poderão se reunir em oração nos seguintes horários: às 8h estarão os paroquianos da Nossa Senhora do Conselho, às 9h30, os de São José; às 14h, o espaço será para os de Santo Antônio; às 15h30, os da Coração de Jesus. O encerramento será com o grupo Unidos Pela Fé.
Sem Paixão
A confirmação partiu da própria Associação dos Artistas de Massaranduba: o espetáculo da Paixão de Cristo no Morro foi cancelado este ano, em Arapiraca. Para justificar o motivo da não realização, eles foram bem claros ao informar que não havia apoio financeiro. A apresentação - feita no mesmo molde da encenação de Nova Jerusalém, em Pernambuco, em que os espectadores precisam se deslocar entre os cenários espalhados pelo terreno – era aguardada em toda a região.
Símbolo de fé, o Morro era palco para uma encenação grandiosa. Apenas no ano passado, mais de 300 pessoas formavam uma equipe de técnicos e atores, o que chamava atenção e movimentava a cidade. Essa lembrança ainda está recente na memória da aposentada Maria José Ferreira, de 64 anos. “Era uma alegria só. Minha casa ficava cheia de gente; era um vai e vem bonito de se apreciar na cidade”, relembra.
Apesar do cancelamento este ano, a associação informou que isso não representa o fim do projeto e que os organizadores já estão trabalhando para que a apresentação – que já trouxe atores conhecidos nacionalmente – volte em 2014.
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