Agreste

Sem receber maio, servidores da saúde em Campo Grande fazem greve

Por Redação 16/06/2014 15h03
Sem receber maio, servidores da saúde em Campo Grande fazem greve
Campo Grande, Alagoas - Foto: Divulgação

Profissionais de nível médio da Saúde em Campo Grande, no Agreste alagoano, paralisaram parte das atividades nos postos da cidade desde a última quarta-feira (11). Todos concursados, mais de 15 servidores protestam contra o atraso no salário do mês de maio e afirmam que funcionários como médicos e enfermeiros, que têm vencimentos mais altos, já receberam os valores.

Servidores como auxiliares de enfermagem, Assistentes de Saúde Bucal (ASB), atendentes de farmácia entre outros estão de braços cruzados. Por ora, funcionam apenas serviços como aplicação de insulina e curativos de emergência. Verificação de pressão arterial – que faz parte da pré-consulta – não estão sendo realizados.

Em contato com a reportagem, um dos servidores, que pediu para não ser identificado com medo de represálias, denuncia o sucateamento nos postos de saúde, a ausência de dois funcionários que, segundo o servidor, recebem sem trabalhar – ambos concursados em Arapiraca, não aparecem nos postos de Campo Grande – e, ainda, que a secretária de saúde da cidade, Edilma Neri, não tem poder na pasta, que seria gerida pela mãe do prefeito Miguel Higino (PP).

Procurado pela reportagem do 7Segundos, o prefeito negou as denúncias sobre a ingerência da mãe dele na Saúde e o não comparecimento das funcionárias ao trabalho, mesmo recebendo os salários, mas reconheceu que o salário de maio está atrasado. Miguel Higino promete pagá-los até a próxima quarta-feira (18).

De acordo com Miguel Higino, as falsas denúncias fazem parte de orquestração política de grupos de oposição na cidade. Sobre o atraso no pagamento, o prefeito disse que não há verba específica para os auxiliares, mesmo sendo concursados, e que o dinheiro para pagá-los sai do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e Fundo de Saúde (FUS).

O prefeito alega queda de 41% nos repasses, o que, segundo ele, justifica o atraso.
“Médicos e enfermeiros têm os salários pagos com recursos do PSF [Programa de Saúde da Família]. Por isso, eles estão em dia. No caso dos auxiliares de nível médio, os valores são oriundos do FPM E FUS. As arrecadações do FPM caíram em quase 50% nesse mês, o que atrasou os salários. Mas são apenas seis dias. Vamos pagar a todo mundo até a próxima quarta-feira (18). Quanto às outras denúncias sobre minha mãe, por exemplo, são inverídicas porque ela é secretária de Planejamento e cumpre sua função. Atribuo isso à oposição que quer antecipar eleições”, disse o prefeito Miguel Higino.