Capital

Governo tenta impedir mortalidade em maternidades

Por Assessoria 20/08/2014 11h11
Governo tenta impedir mortalidade em maternidades
- Foto: Gazetaweb

Um dos problemas para a saúde da mulher e do bebê é a gravidez de alto risco. Ela acontece quando há um risco maior do que o habitual, de doença ou de morte, antes ou depois do parto. Para assegurar a assistência qualificada e humanizada a essas gestantes, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) organizou o fluxo de atendimento para evitar a mortalidade materna e infantil.

Em Maceió, as gestantes de alto risco devem se encaminhar ao Hospital Universitário (HU), que dispõe de 60 leitos. Na unidade também atuam, provisoriamente, os profissionais da Maternidade Escola Santa Mônica, que está em reforma. Com a melhoria da estrutura, a Santa Mônica vai contar com UTI e UCI Neonatal; Centro de Parto Normal; Casa da Gestante, Bebê e Puérpera; e equipamentos de UCI.

De acordo com a coordenadora estadual da Rede Cegonha, a pediatra Syrlene Patriota, para evitar que as gestantes peregrinem sem necessidade e que haja superlotação no HU, é preciso obedecer ao Mapa de Vinculação e ao Protocolo de Classificação de Risco, documentos elaborados pelos técnicos da Sesau e da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (SMS), visando organizar o atendimento de acordo com as vagas e o caso de cada paciente.

Segundo dados da Secretaria de Saúde de Maceió, nos dias 16, 17 e 18 deste mês, o Complexo de Regulação (Cora) regulou as vagas das gestantes para o parto. Nesses dias, foram encaminhadas apenas uma, cinco e três gestantes, respectivamente. “Esses números mostram que a superlotação do HU é consequência da demanda espontânea, ou seja, que as gestantes não estão passando pela regulação do Cora para receber o encaminhamento adequado”, explicou Syrlene.

“Os profissionais que estão atuando no HU têm realizado curetagem, procedimento que pode ser feito nas maternidades de risco habitual”, alertou Syrlene Medeiros. Ela informou que o HU “está fechando as portas para a demanda espontânea, e não para as gestantes de alto risco”. Essa iniciativa deve organizar a assistência e, para isso, é preciso que a gestante, desde o pré-natal, seja vinculada à maternidade e que no momento do trabalho de parto tenha a regulação efetuada pelo Cora.

“O atendimento para gestantes de alto risco deve ocorrer após pré-triagem em maternidades de risco habitual da capital e do interior, e o encaminhamento deve ser realizado através do Cora”, explicou a pediatra. Segundo a coordenadora da Rede Cegonha, apenas em Maceió, além das maternidades de alto risco voltadas às gestantes em casos restritos, elas devem procurar as maternidades de risco habitual.

Na capital do estado, cinco maternidades devem ser previamente procuradas pelas gestantes de risco habitual. Além da Nossa Senhora da Guia, no bairro Poço, estão habilitadas as maternidades Denilma Bulhões, no bairro Benedito Bentes; Santo Antônio, na Cambona; Nossa Senhora de Fátima, no Jaraguá; e Hospital do Açúcar, no bairro Farol.

O secretário de Estado da Saúde, Jorge Villas Bôas, afirma que uma das metas prioritárias do Governo do Estado é a redução da mortalidade materna e infantil. “Para garantir a assistência adequada às gestantes e aos bebês, Alagoas aumentou o número de leitos nas maternidades e investe mensalmente recursos do Estado por meio do Promater [Programa de Implementação da Rede de Atenção Materno-Infantil]”, disse.

De acordo com o gestor estadual, essas e outras estratégias foram traçadas para melhorar os indicadores de saúde da gestante de alto risco e de risco habitual, a exemplo da Rede Cegonha. “Esse programa do governo federal chega aos 102 municípios alagoanos, de forma regionalizada, para atender as mulheres durante o momento da gravidez, do parto e do pós-parto e também ao recém-nascido e às crianças com até 2 anos de idade”.

Interior do estado – As gestantes de alto risco que residem nos municípios que pertencem à Segunda Macrorregião de Saúde devem procurar o Hospital Regional de Arapiraca e o Hospital Clodolfo Rodrigues, em Santana do Ipanema. Em caso de risco habitual, o atendimento pode ser feito no Hospital Ib Gatto Falcão, em Rio Largo; nos hospitais municipais de Porto Calvo e de Viçosa; nas santas casas de Misericórdia de União dos Palmares, de São Miguel dos Campos e de Penedo; no Hospital Santa Rita, em Palmeira dos Índios; e no Hospital Antenor Serpa, em Delmiro Gouveia.

Com esse novo fluxo de atendimento, a Sesau tem o objetivo de organizar a assistência obstétrica no estado, evitando que a gestantes peregrinem sem necessidade e que o HU e as demais maternidades de risco habitual fiquem superlotadas. Por meio dessa ação, fica assegurado o atendimento qualificado e humanizado às gestantes e evita-se a mortalidade materna e infantil.

Mapa de Vinculação e Protocolo de Classificação de Risco – O atendimento nas maternidades de alto risco fica restrito às gestantes que entrarem em trabalho de parto prematuramente, com tempo de gestação inferior a 36 semanas; que apresentarem complicações hipertensivas e suspeita de pré-eclâmpsia; ou que estejam com síndromes hemorrágicas.

Ainda de acordo com o protocolo, apenas podem ser transferidas para as maternidades de alto risco as gestantes que apresentarem anemia grave, infecção ovular, trombose venosa, crise aguda de asma, ou estejam politraumatizadas, com obesidade mórbida e cujos fetos apresentem má-formação.