Na manhã desta quarta-feira (3) o candidato ao governo do estado pelo PSDB, Júlio Cezar da Silva, foi entrevistado pelo radialista Ives Cavalcante em seu programa na Rádio 96 FM. O candidato falou sobre diversos assuntos, fez críticas ao Governo Federal e ressaltou que não dá para vender ilusão, pois o mundo que estamos é real.

Júlio Cezar colocou que é preciso a integração das polícias no combate às drogas e de uma política de prevenção. “Eu defendo que a questão das drogas não seja atacada só com as forças policiais. É importante ter a polícia ostensiva. É necessário que a polícia judiciária faça o desmantelamento dessas facções”, enfatizou.

O candidato falou também sobre a necessidade de focar nas escolas , principalmente nas séries iniciais. “O pais precisam ter um papel, pois alguns pais entregam os filhos para as escolas. A escola não educa, quem educa são os pais. É preciso que os valores sejam resgatados e as escolas sejam acopladas nesse trabalho contra as drogas”, frisou.

Ele salientou que não há políticas efetivas de combate às drogas e que 75% dos crimes que acontecem em Alagoas têm relação direta com as drogas. “Precisamos de uma política nacional, os municípios são quem mais sofrem. As drogas precisam ser combatidas com justiça social”.

Durante a entrevista, o candidato defendeu ainda a necessidade da ampliação da Defensoria Pública do Estado e que o estado tem que tratar o usuário como um doente, pois é um caso de saúde pública. “As redes acolhedoras precisam ser ampliadas, pois o pobre não tem condições de colocar o filho numa clínica de recuperação ou desintoxicação. A polícia tem que ser repressiva”, declarou.

Cezar afirmou que nunca desistirá do estado e que tem um carinho enorme por Arapiraca. “Esse estado tem jeito e eu nunca vou desistir de Alagoas. Tenho um carinho por Arapiraca, essa terra que pulsa desenvolvimento e ajuda Alagoas a avançar. Arapiraca é como se fosse o motor dando força a esse estado”, destacou.

Em relação à redução da maioridade penal, Júlio salientou que pode ser um problema de imediato. Para ele, a questão da violência ou das drogas não será resolvida com o uso de medidas paliativas. “A gente reduz para 15 anos o crime vai buscar os garotos de 14. Vamos reduzir para 14 e eles irão buscar os garotos de 13. A violência nós vamos combater quando os estados e municípios conseguirem chegar à periferia e colocar esses jovens na escola”.

O candidato deixou caro que irá focar na educação e que o combate a violência se dar com a criação de mais escolas e creches. “Não dá para falar em escolas de tempo integral quando nós temos carência de três mil professores, mas não podemos abrir mão dela”, ressaltou.

Ele também defendeu a instalação de escolas profissionalizantes no estado e que é necessário atuar em várias frentes para sair da dependência do setor sucroenergético das usinas. “No campo das escolas agrícolas a gente precisa capacitar jovens para continuar produzindo e garantir condições necessárias para que o jovem do campo continue estudando e que seja preparado para o seu primeiro emprego”.

Para ele, não adianta cobrar resultados sem dar condições aos municípios. “A saúde e a educação consomem praticamente a capacidade de investimento dos municípios. O Governo Federal brinca de fazer saúde, de fazer educação, pois os recursos que mandam para os municípios hoje são insuficientes”, relatou.

Júlio afirmou que para manter uma equipe do programa Saúde da Família (PSF) funcionando o custo é de R$ 30 a R$ 40 mil, no entanto, ele colocou que o Governo Federal manda apenas R$ 10 mil. “A conta maior fica com as prefeituras”, ressaltou.

Além da questão da saúde, Cezar falou que é necessário que o Governo Federal financie a guarda civil armada para ajudar a Polícia Militar no desafio de garantir a segurança.

Outro posicionamento do candidato é a ampliação do Instituto de Criminalística (IC). “O plano Brasil Mais Seguro melhorou muito essa estrutura, tanto de delegacias; que agora são delegacias centralizadas e isso vem dando resultados”.

Outra questão destacada pelo candidato do PSDB foi sobre a necessidade de garantir que o Sertão, o Agreste, a Zona da Mata e a Região Norte tenham estruturas descentralizadas para que as demandas sejam atendidas por região. “É importantes que façamos concurso para perito, assim como para policiais civis e militares. Foram dois mil PMs, mas a nossa demanda é maior”.

Cezar justificou que o estado não pode contratar mais Policiais Militares sem ter condições de efetuar o pagamento. “Eu me lembro de um governo que contratou sem poder pagar, atrasou salários e terminou saindo pela porta dos fundos, pois praticamente quebrou o estado. A gente só contrata mais se continuar gerando PIB”, explicou.

Para Júlio, as áreas de saúde, educação e segurança são prioridades para a realização de concursos públicos, pois precisam funcionar bem. “Não dá para vender ilusão. O mundo que nós estamos é o mundo real, de dificuldade. Todos sabem o quanto a economia de Alagoas é comprometida”, frisou.

O candidato afirmou que o governo de Alagoas precisa muito do apoio da bancada federal, dos senadores e mais ainda do Governo Federal. “Nós precisamos que o Governo Federal financie a segurança pública. Eu quero e preciso melhorar o salário dos policiais. Precisamos garantir além de estrutura, condições de trabalho", destacou.

Para ele, o governo federal poderia e pode ajudar os municípios na implantação de guardas municipais e na instalação de bases de polícia comunitária. “Precisamos de uma política nacional de financiamento da segurança pública”, colocou.