Alagoas

TJ nega liberdade a acusado de envolvimento em ?Chacina de União?

Por Assessoria 12/09/2014 15h03

A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) negou, por unanimidade de votos, liberdade a José Valdir Gomes Ferreira. O réu é apontado como um dos envolvidos na morte de quatro jovens em União dos Palmares, em 2002.

De acordo com a defesa, o acusado estaria preso há mais de sete anos, sem que tenha sido levado a julgamento. Segundo os autos, José Valdir teve a prisão decretada em agosto de 2006 e restabelecida em outubro de 2009, após ter sido revogada em março de 2008.

O desembargador Fernando Tourinho de Omena Souza, relator do processo, explica que a demora na condução do réu ao Tribunal do Júri é explicada pela complexidade do caso. Além isso, a interposição de recursos em sentido estrito, desmembramento do feito e pedido de desaforamento e outras ocorrências ensejaram a necessidade de “uma dilação dos prazos processuais para sua conclusão”.

Segundo o desembargador, a prisão deve ser mantida com base na necessidade de garantia da ordem pública. “Diante da extrema gravidade do delito, da alusão ao fato de que o paciente participava de grupo criminoso, tenho que a sua liberdade, ainda que originada de um eventual excesso na conclusão do feito, não se revela medida razoável e adequada, até porque deu indicativos de extrema periculosidade”, fundamentou.

     ”Chacina de União”

José Valdir Gomes Ferreira é acusado de envolvimento na execução de Tiago Holanda da Silva, Cizenando Francisco da Silva, Sydronio José da Silva e Maurício da Silva, em setembro de 2002. O ex-policial militar seria integrante do grupo de extermínio “Ninjas”, que atuava em União dos Palmares.

Em agosto de 2014, o Pleno do TJ/AL transferiu o julgamento José Valdir Gomes para a Comarca de Maceió. O desaforamento também incluiu os réus Marcos Mota dos Santos, José Paulo Barros de Araújo e Nilton Nascimento Correia.

Outros envolvidos no caso, os ex-militares Eraldo Tadeu Vieira dos Santos e Antônio Batista de Lima Neto foram julgados e condenados a mais de 70 anos de prisão, em 2013.