Arapiraca

Quem não deve, não teme, afirma Luciano Barbosa sobre a doação de terreno

Por 7 Segundos 07/10/2015 18h06
Quem não deve, não teme, afirma Luciano Barbosa sobre a doação de terreno
- Foto: Josival Meneses/ 7Segundos

Durante entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (07) em Arapiraca, o governador em exercício, Luciano Barbosa (PMDB), foi questionado sobre a doação de um terreno à empresa Delta Pre-moldados Ltda, cuja negociação é alvo de investigação do Ministério Público Estadual (MPE). A doação do terreno foi realizada em 2007, quando Luciano Barbosa era prefeito da cidade. 

"Quem não deve, não teme", essa foi a resposta de Luciano Barbosa quando questionado pelo radialista da Novo Nordeste e repórter do Portal 7 Segundos, Claúdio Barbosa.

O ex-prefeito de Arapiraca completou afirmando que a justiça não só tem o dever, como o direito de investigar o caso, mas que esse tipo de negociação, que utiliza doação de terrenos para que empresas se instalem na cidade, acontece há mais de trinta anos.

Ele ressaltou que tanto na esfera municipal quanto na estadual os gestores doam terrenos para atrair empresas e capitalizar recursos para uma determinada cidade ou região, induzindo o desenvolvimento econômico.

A prefeita Célia Rocha também foi questionada sobre o doação do terreno e as irregularidades apontadas na investigação do MPE. A prefeita afirmou que, ainda na época da doação, a escritura do terreno já estava no nome das pessoas físicas e o interesse de trazer uma faculdade era grande, por isso que a negociação foi vista com bons olhos.

"Ainda vou me inteirar melhor sobre esse assunto e acredito que tudo será esclarecido", afirmou Célia Rocha.

Entenda o caso

O Ministério Público Estadual de Alagoas ajuizou uma ação cautelar com o objetivo de tentar evitar que um imóvel doado pelo então prefeito da cidade de Arapiraca, Luciano Barbosa, no ano de 2007, seja alvo de um prejuízo para aquele Município. A empresa beneficiada com a doação não cumpriu com a obrigação de reforçar seu parque industrial e ampliar a contratação de trabalhadores e, para agravar a situação, desfez a sociedade da pessoa jurídica, passando, assim, o terreno para alguns de seus antigos sócios, que, por sua vez, negociaram parte dele com uma faculdade pelo valor de R$ 8 milhões.

Acatou o pedido

A 4ª Vara Cível da Fazenda Pública acatou o pedido do MPE para que a área que ainda resta do terreno doado não seja vendida e as parcelas que estavam sendo pagas aos atuais proprietários do terreno relativas aos R$ 8 milhões da negociação sejam depositadas em uma conta em juízo. O promotor Napoleão Amaral informou que agora terá trinta dias para ingressar com uma ação principal pedindo para manter a decisão da justiça até que o julgamento do caso.