Justiça

Mãe de jovem especial afirma que tem direito de questionar

Por 7 Segundos 05/02/2016 11h11
Mãe de jovem especial afirma que tem direito de questionar
- Foto: Redes sociais

Mais uma batalha vencida e muitas outras para serem conquistadas. A decisão do juiz federal Flávio Marcondes Soares Rodrigues da 8ª Vara Federal, na última quarta-feira (3), que determinou a revisão da prova de redação de Luiz Felipe, deu um novo fôlego à família na luta pela inclusão no ensino superior. Os avaliadores do Enem deram nota zero a redação redigida pelo candidato.

Para a jornalista Mônica Nunes, mãe de Luiz Felipe, que é portador de hidrocefalia e paralisia cerebral, a decisão da justiça mostrou que muitos aspectos devem ser discutidos no que se refere aos parâmetros de avaliação de pessoas com necessidades especiais nesse tipo de exame. “Se permitiram que ele realizasse a prova com condições diferenciadas por apresentar a necessidade especial, porque a redação também não pode ser corrigida por profissionais que pudessem avaliar a capacidade intelectual dele?”, questionou Mônica Nunes.

Mônica Nunes afirmou que ficou muito feliz com a decisão do juiz federal que analisou a questão sob uma ótica humanizada e não técnica, levando em consideração as limitações do filho. “Os professores ensinam que para obter uma boa nota na redação do Enem é necessário seguir uma “receita de bolo”. Esse mecanismo de construção do texto de redação é difícil até para as pessoas sem deficiência. Mas isso não quer dizer que meu filho não tenha uma opinião formada e coerente sobre o tema da redação”, desabafou Nunes.

A jornalista afirmou que a batalha judicial abre uma discussão muito maior sobre a falta de estrutura e de capacitação dos profissionais no ensino superior para a graduação de candidatos com necessidades especiais. “Não sei o que vai acontecer depois do prazo de trinta dias estipulado pela justiça federal para que o Inep realize uma nova correção da prova de redação. A única certeza que tenho é que ninguém pode questionar o meu direito de questionar”, finalizou Mônica.

Acesse aqui e veja a decisão judicial na íntegra.