Alagoas

Dos 102 municípios alagoanos, apenas nove possuem maternidades com centro cirúrgico

Por 7 Segundos 17/11/2016 17h05
Dos 102 municípios alagoanos, apenas nove possuem maternidades com centro cirúrgico
- Foto: Ilustração

Boa parte das cidades do interior de Alagoas não possuem maternidades e as gestantes são obrigadas a dar a luz a seus filhos em cidades pólos, como é o caso de Maceió, na Região Metropolitana da Capital, e Arapiraca, na Região Metropolitana do Agreste.

Segundo um levantamento feito pelo Portal 7 Segundos junto a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), dos 102 municípios alagoanos, apenas nove possuem maternidades com centro cirúrgico. São eles: Maceió, Arapiraca, Porto Calvo, União dos Palmares, Palmeira dos Índios, São Miguel dos Campos, Penedo, Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia.

O motivo para a falta de maternidades, segundo a assessoria de comunicação da secretaria, é a falta de partos regulares na maioria dos municípios do interior.

"Muitas cidades alagoanas não possuem número de habitantes suficientes para que seja disponibilizada toda a estrutura necessária para partos, como centro cirúrgico, centro obstétrico e consultórios. Essa é uma recomendação do próprio SUS", informouo órgão.

Apesar de não fornecer o serviço de parto em hospitais nas próprias cidades, os municípios são obrigados a dar toda assistência com relação ao acompanhamento da gestante.

Durante o pré-natal, o Complexo Regulador da Assistência (CORA) das Unidades Básicas de Saúde (UBS) onde as mulheres estão realizando o acompanhamento gestacional já deixa certo qual a maternidade que ela deve procurar quando entrar em trabalho de parto.

Por exemplo, as gestantes da cidade de Jaramataia, no Sertão de Alagoas, realizam todo o procedimento de acompanhamento no município, mas na hora do parto são encaminhadas para a Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima, em Arapiraca. Já as gestantes de alto risco são encaminhadas para o Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, também na Capital do Agreste.

Outro exemplo é o da cidade de Jacuípe, que fica na 2ª Região de Saúde. As gestantes são encaminhadas para dar a luz no Hospital Municipal de Porto Calvo. Se a gestação for de alto risco, as pacientes são encaminhadas para a Maternidade Escola Santa Mônica, em Maceió.

Mapa de Vinculação

Em Alagoas, os partos são encaminhados para as maternidades de acordo com o Mapa de Vinculação. São dez regiões de Saúde e os partos são vinculados para as cidades com maior número de habitantes, consequentemente com maior número de maternidade.

Casa Maternais Municipalizadas

Apesar de não contarem com maternidades com centros cirúrgicos, alguns municípios, a exemplo de Traipu e Girau do Ponciano, no Agreste alagoano, possuem hospitais e casas maternais que realizam partos naturais. Esses locais só recebem gestantes em estado expulsivo, que não tenham risco iminente de complicações, e geralmente não contam com um médico obstétra.

Estes municípios não recebem verbas da Rede Cegonha, que é uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.