Graça Lisboa (PDT), presidente da Câmara Municipal de Arapiraca se pronunciou oficialmente sobre as acusações da secretária municipal de educação, Mônica Pessoa, cunhada do deputado estadual Severino Pessoa (PSD) e rebateu a declaração da titular da pasta sobre uma suposta proposta de um vereador de ratear as vagas do Processo Seletivo Seriado (PSS) de forma equitativamente entres os edis. A entrevista foi concedida ao radialista Ailton Avlis, na manhã desta terça-feira (04).

“Eu desconheço essa informação e essa fala do vereador. Eu estava na presidindo a reunião e a Mônica Pessoa estava fazendo uma explanação pelo data show sobre o edital do PSS da Educação. Essa reunião foi uma solicitação da Câmara Municipal para que nós tomássemos conhecimento do referido edital”, disse a Professora Graça.

Equívoco

A presidente da Câmara Municipal de Arapiraca declarou ainda que a secretária de educação da maior cidade do interior de Alagoas está equivocada sobre esse suposto pedido de fatiamento das vagas entre os vereadores. “No dia da apresentação, eu percebi a Mônica Pessoa muito insegura. Nós fizemos várias perguntas para questionar o edital. Quando a secretaria foi indagada sobre a diferença entre cuidador e cuidador especial e ela não me convenceu e não me passou segurança. 15 vereadores começaram a questioná-la. É público e notório que na Casa Legislativa Herbene Melo que nós tratamos de assuntos de interesse e que diz respeito à sociedade arapiraquense”, disse.

Insatisfeitos

De acordo com Graça Lisboa, nós mostramos ao prefeito Rogério Teófilo (PSDB) toda a nossa insatisfação sobre o edital. “Os vereadores foram unânimes para que não houvesse este processo seletivo, tendo em vista que o ano letivo já estava bastante avançado. Quem trabalha em educação sabe que precisa-se de no mínimo 200 dias letivos e ainda sugerimos que fosse elaborado um PSS da Educação com mais cuidados e com mais esmero. Nós não achamos correto esse tipo de processo seletivo, onde o candidato apresenta currículo porque as pessoas com mais idades tiveram dificuldades para se candidatar as vagas oferecidas”, ressaltou.

Harmonia entre os poderes

Segundo a vereadora, a função da Câmara Municipal é contribuir com o poder executivo, uma vez que são dois poderes harmônicos e parceiros. “A nossa intenção é contribuir em prol do povo de Arapiraca. Eu desconheço essa informação da secretária Mônica Pessoa. Na última-segunda-feira (03), nós realizamos uma reunião com os 17 vereadores e continua esse desconhecimento sobre a declaração da secretária Mônica Pessoa sobre o pedido do vereador para fatiar as vagas do PSS entre os edis. Eu só tenho a lamentar e acredito que a secretária se equivocou. Eu acredito que pela pressão que ela sofre por exercer o cargo e pela responsabilidade do PSS”, afirmou.

Falta estrutura

Graça Lisboa lamentou que as escolas municipais não estão estruturadas e como professora a minha maior angústia neste PSS é que como é que eu contrato uma pessoa hoje e amanhã ela irá estar em sala de aula? “Qual vai ser a qualidade desse ensino? Por todos esses motivos a Câmara Municipal de Arapiraca foi contra a realização deste processo seletivo. A nossa função e nosso compromisso que nós assumimos com o povo de Arapiraca, nós temos a consciência tranquila e a gente lida com a verdade”, encerrou.

Críticas da sociedade

Segundo ela os vereadores estão preocupados com as inúmeras reclamações da população com relação à demora do inicio das aulas e dos concorrentes do PSS, que alegam irregularidade no certame. “Queremos transparência e por isso estamos cobrando esclarecimentos”, disse a representante do Legislativo Municipal, ressaltando que a Câmara é um Pode Independente do Executivo.

“Tem secretário e integrantes da atual administração, pensando que o Legislativo é uma secretaria submissa ao prefeito. Estão enganados”, avisa a presidente da Câmara Municipal. Graça Lisboa disse ainda administrar a educação em Arapiraca, requer capacidade de lhe dar com conflitos e principalmente conhecimento e uma equipe competente.

Proposta

Graça Lisboa disse que chegou a propor a secretária de educação que contratasse de forma temporária por três meses, os trabalhadores que ocupavam os cargos, para dar tempo de realizar o PSS tranquilamente, evitando assim os atropelos. Segundo a presidente da Câmara a forma como foi realizado o PSS, às pressas, causou muitos problemas para todos e principalmente para população que cobra o início das aulas.

“Nós já estamos no quarto mês do ano e até agora o ano letivo em Arapiraca ainda não foi iniciado. Havia uma promessa para que o ano letivo começasse nesta terça-feira. Agora já deram outro prazo, disseram que irá começar no dia seis deste mês. Para planejar um ano letivo é preciso que as discussões se iniciem em outubro ou novembro para que se comece em fevereiro”, finalizou.