Brasil

Risco de afastamento de Temer faz Eduardo Cunha acelerar delação

Por 7 Segundos com Folha/UOL 07/07/2017 07h07
Risco de afastamento de Temer faz Eduardo Cunha acelerar delação
Cunha - Foto: UOL

A possibilidade de Michel Temer ser afastado da Presidência da República também pesou para que Eduardo Cunha decidisse acelerar a negociação para fazer colaboração premiada. Delatar supostos crimes do presidente e de seus ministros teria hoje valor muito maior do que depois de uma eventual saída deles do governo.

ACELERA, CUNHA
Caso seja fechado nos próximos dias, o acordo de delação de Cunha terá sido feito em tempo praticamente recorde. Até meados de junho ele ainda não tinha contratado um advogado específico para tocar a negociação. O ex-ministro Antonio Palocci, por exemplo, fez isso em abril e até esta quinta (6) não tinha formalizado acordo com a Operação Lava Jato.

MAL CONHEÇO
A prisão de Geddel Vieira Lima gerou uma disputa na Bahia para saber quem já foi mais "amigo" do ex-ministro. O PC do B, por exemplo, fez uma compilação de frases dele nos protestos contra Dilma Rousseff, como a afirmação de que os atos seriam o "grito de quem está saturado dos problemas envolvendo corrupção". "Geddel estava sempre ao lado do ex-governador Paulo Souto", do DEM, lembram os comunistas.

NO AR
Já um filme que começou a rodar em grupos de WhatsApp mostra Geddel num palanque com outro ex-governador, Jaques Wagner, do PT, que diz: "Quero cumprimentar meu irmão, meu companheiro de caminhada, aquele que vem ajudando o presidente Lula a governar o Brasil, meu querido companheiro Geddel Vieira Lima".

OBRIGADO
O mesmo vídeo mostra o então presidente Lula elogiando Geddel, que ocupou o Ministério da Integração Nacional entre 2007 e 2010. "Eu quero dizer que eu sou grato pelo seu trabalho", diz o petista a Geddel.

DO BRASIL...
Ainda resistente aos apelos para se candidatar à Presidência, Joaquim Barbosa segue sua rotina de advogado e de palestrante. Recentemente, em São Paulo, o ex-ministro falou para executivos sobre a "transnacionalização do direito penal."

...PARA O MUNDO
De acordo com Barbosa, o mundo vive hoje sob a égide de um conjunto de normas e práticas anticorrupção derivadas de acordos e convenções internacionais "inspiradas principalmente no direito americano, e o Brasil é signatário delas". Quem pratica ilícitos no país, portanto, pode vir a ser punido em várias partes do planeta, advertiu o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).