Educação

PSS da Educação de Arapiraca teve falhas e é criticado por má formulação

Várias questões foram anuladas; professores criticaram a organização do certame

Por 7Segundos 23/03/2018 07h07
PSS da Educação de Arapiraca teve falhas e é criticado por má formulação
UNEAL Arapiraca, durante aplicação de provas do PSS da Educação - Foto: Ascom / Prefeitura de Arapiraca

O processo seletivo de professores temporários para a rede municipal de ensino de Arapiraca tem causado polêmica dentro e fora das salas de aula. Desde que ocorreu a prova (ou até antes disso), no último domingo (18), o certame desagradou muitos candidatos que concorreram às vagas ofertadas.

A seleção ocorreu através de PSS (Processo Seletivo Simplificado), com o objetivo de preencher as vagas de professores temporários nas escolas municipais de Arapiraca. O edital foi promovido pela Prefeitura de Arapiraca através da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, em parceria com a Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL).

Houve várias erratas em relação ao certame, principalmente relacionadas aos locais de prova. As datas do cronograma foram remarcadas, e o tempo de prova aumentado em uma hora em relação ao previsto. Porém, os problemas de fato começaram no dia do teste: algumas turmas tiveram atraso em seu início, e as provas foram massivamente criticadas. Há ainda quem, em forma de boatos, acuse os organizadores de permitirem que pessoas não listadas nas inscrições pudessem prestar concurso.

Das 11 modalidades de provas disponíveis, todas tiveram questões anuladas, variando o número de 1 a 3 questões por prova. Apesar do reconhecimento de falha em muitas questões do concurso, a medida não evitou que os testes fossem duramente criticados por sua formulação como um todo.

O 7Segundos ouviu três professoras que prestaram o PSS da Educação citado. Duas delas mencionaram insatisfação com o processo seletivo, e uma não encontrou grandes motivos para críticas. Os nomes das entrevistadas serão aqui ocultados. Confira os depoimentos:

Professora 1: “Bom, a prova foi muito difícil, e pelo o que ouvi ao término da mesma, foi uma opinião em comum, ou seja, todos acharam muito complicado. As questões, muito mal elaboradas, com mais de uma alternativa correta. Além do mais, nada do que saiu no edital para estudarmos caiu na prova”.

Professora 2: “O único problema foi a questão da elaboração da prova que não foi boa e algumas questões que as alternativas não coincidiram com os enunciados. Gabaritos com respostas totalmente erradas de acordo com a lei, mas eu entrei com recurso e foi resolvido. No gabarito definitivo, as questões foram anuladas. Fora isso, nenhum outro problema”.

Professora 3: “A minha foi boa, a prova foi aplicada direitinho, as provas estavam lacradas. Teve umas que tinham alternativas iguais, mas o próprio processo anulou”

 

Os recursos relacionados às questões da prova foram acolhidos nos dias 19 e 20 deste mês, e o resultados preliminares foram divulgados nesta quarta (21).

A Prefeitura de Arapiraca informou que a UNEAL é a responsável pela aplicação e elaboração das provas, e que os recursos foram acolhidos segundo previsto em edital. A Universidade Estadual de Alagoas emitiu nota, também tirando de si a responsabilidade pela aplicação das provas:

“Embora tenha sido estabelecida uma parceria entre a Prefeitura Municipal e a UNEAL, é a Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) a responsável por esse processo. Nesse caso, a incumbência do Reitor desta Instituição era apenas a de assinar os documentos correspondentes a essa parceria, ficando a cargo da PROGRAD a indicação da Comissão Organizadora do certame, bem como de todas providências para a sua realização. Também ficou sob a égide da PROGRAD a indicação dos nomes que compuseram as bancas de elaboração e correção das provas”. Confira a nota da UNEAL na íntegra clicando aqui.

O 7Segundos conversou ainda com o promotor Napoleão Amaral, do Ministério Público de Arapiraca. O promotor informou que não houve nenhuma representação sobre este tema no MP, e que, como já está encerrado o período de recursos, não há muito mais que se possa fazer caso algum candidato ainda se sinta lesado. O Ministério Público só poderá atuar contra o certame caso existam provas concretas que sejam motivo de nulidade do processo seletivo.