Polícia

[Vídeo] Reprodução simulada sobre morte do adolescente Danilo Fernando é adiada devido ao mau tempo

A Polícia Científica divulgará nova data para a reprodução

Por 7Segundos 31/01/2023 16h04 - Atualizado em 31/01/2023 18h06
[Vídeo] Reprodução simulada sobre morte do adolescente Danilo Fernando é adiada devido ao mau tempo
Danilo estudava na Escola Costa Rêgo e trabalhava como menor aprendiz em um atacarem de Arapiraca - Foto: Reprodução/Acervo Pessoal

A Polícia Científica de Alagoas precisou adiar a realização da reprodução simulada do caso Danilo Fernando da Silva, adolescente de 17 anos que morreu durante uma abordagem policial na zona rural de Arapiraca.

Seis peritos criminais do Instituto de Criminalística estiveram em Arapiraca para a simulação, que aconteceria nesta terça-feira (31), dentre eles, o próprio perito-geral do órgão, Manoel Melo Filho, mas o exame precisou ser adiado por causa do mau tempo, tendo em vista que Arapiraca e o Agreste receberam uma grande quantidade de chuva em poucas horas.

De acordo com a Polícia Científica, a grande quantidade de água alterou o ambiente, impossibilitando que a reprodução fosse fidedigna ao dia do ocorrido.

O grupo se reuniu no posto Espírito Santo, às margens da rodovia AL-115, em Arapiraca, local próximo de onde a abordagem aconteceu.

Uma nova data deve ser divulgada em breve pela Polícia Científica.

É importante destacar que a reprodução simulada será realizada seguindo o Procedimento Operacional Padrão (POP), utilizado pelo IC. Para isso, serão adotadas várias ações para garantir a segurança dos envolvidos e o sucesso do evento como isolamento de locais, e desvio de trânsito se for necessário.

Assista ao vídeo da reportagem:

Relembre o Caso

Danillo Fernando da Silva, de 17 anos, morreu no dia 25 de novembro de 2021, após uma abordagem policial no Sítio Barreiras, localizado na zona rural de Arapiraca, próximo a casa de uma tia.

Na ocasião, a guarnição policial envolvida na ocorrência relatou que Danilo teria desobedecido a uma ordem de parada e, na fuga, atirado contra os militares, que teriam revidado contra o rapaz.

As informações são refutadas pela família, que clama para que justiça seja feita.

"Meu filho era um rapaz cheio de alegria, estudava e trabalhava, não andava com más influências e foi vítima de uma crueldade muito grande. Além de matarem ele, ainda sujaram seu nome, dizendo que ele era criminoso", disse a mãe da vítima, Gilvanete Ferreira de Lima.

Segundo ela, no dia do crime, seu filho estava conduzindo uma motocicleta Pop 100 que ele mesmo comprou com seu salário de menor aprendiz.

"Ele tinha me deixado em casa por volta das 15h e, em seguida, foi para a casa da tia dele no Sítio Barreiras, onde tudo aconteceu", continuou a mãe, reforçando que aquele foi o pior dia de sua vida.

Como ele tinha acabado de completar 17 anos e não tinha habilitação, seu pai, Cícero Fernandes da Silva, acredita que ele tentou desviar da polícia para não ter o veículo apreendido.

De acordo com o advogado contratado pela família, João Lucas Pereira, a versão que os policiais apresentaram na época do fato continha muitas inconsistências e não batia com as provas colhidas no local onde o crime aconteceu.

Dentre essas inconsistências está o fato de que os policiais informaram que Danillo estava acompanhado de um comparsa na garupa, que teria conseguido fugir. Mas a informação é inverídica e foi provada graças a câmeras de videomonitoramento de residências da região, que mostram o menor conduzindo a motocicleta sozinho.

"Além disso, a bala que atingiu Danilo entrou pelas suas costas e ficou alojada no peito direito, vindo a perfurar o rim. A trajetória do projétil aponta que a vítima estava de joelhos ou deitada na hora em que recebeu o tiro, o que difere dos relatos dos policiais, que na época disseram ter revidado contra Danilo após ele ter atirado contra a guarnição", explicou o advogado.

Ainda segundo o jurista, o local do crime foi adulterado. A moto utilizada por Danilo foi removida do local, a vítima foi socorrida pelos próprios policiais até o Hospital de Emergência do Agreste, onde morreu, e as cápsulas também foram retiradas da cena do crime. Também há fortes indícios de que a arma atribuída pela polícia à vítima tenha sido implantada.

"A guarnição responsável pela ação policial que resultou na morte de Danilo era composta por quatro militares. Dois deles confessaram que atiraram contra o filho dos meus clientes", concluiu João Lucas Pereira.

O Caso Danillo voltou a repercutir em Arapiraca após a morte do empresário Marcelo Leite, de 31 anos, que também ocorreu durante uma abordagem policial, na Avenida José Alexandre.