Seguindo uma mobilização nacional, estudantes, professores, servidores da educação e entidades representativas ocuparam, na tarde desta quarta-feira (15), as ruas do Centro de Arapiraca, em protesto contra o Novo Ensino Médio.

O grupo se reuniu na tenda multicultural da Praça Luiz Pereira Lima - antiga praça da prefeitura - e percorreram, de forma pacífica, algumas ruas da região.

A luta é pela revogação da Lei nº 13.415/2017. Segundo a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), que mobilizou os manifestantes nacionalmente, o protesto é uma aula pública para discutir o novo modelo educacional.

A implementação do novo formato para o ensino médio se tornou obrigatória no ano passado e registrou uma série de problemas. Os estudantes reclamam, principalmente, de terem perdido tempo de aula de disciplinas tradicionais.

Em Arapiraca, participaram da passeata a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal).

Para o Ministério da Educação (MEC), a questão transcende a simples revogação e passa pelo debate sobre melhoria da qualidade. A pasta pretende fazer uma ampla pesquisa com toda a comunidade escolar para corrigir distorções.

O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que representa as redes estaduais, afirma que “aprimoramentos e ajustes” podem e devem ser discutidos, mas que a revogação “não é o caminho para tornar essa etapa mais atrativa ao estudante”.

O Novo Ensino Médio é uma reforma educacional que foi aprovada em 2017 e que busca tornar o currículo do Ensino Médio mais flexível e personalizado, para que os estudantes possam escolher as disciplinas que desejam estudar com mais profundidade. Os prós e contras dessa reforma incluem:

PRÓS:

- Flexibilidade: o novo currículo do Ensino Médio oferece mais flexibilidade para os alunos escolherem as disciplinas que desejam estudar com mais profundidade, de acordo com seus interesses e objetivos futuros.

- Foco no mercado de trabalho: a reforma do Ensino Médio busca aproximar a formação dos estudantes às necessidades do mercado de trabalho, oferecendo mais oportunidades para o desenvolvimento de competências técnicas e habilidades práticas.

- Preparação para o Enem: o novo Ensino Médio tem como objetivo ajudar os alunos a se prepararem melhor para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, consequentemente, para o ingresso no ensino superior.

- Ampliação do tempo escolar: a reforma propõe ampliar o tempo escolar para os estudantes, possibilitando um maior aprofundamento nos conteúdos e atividades propostos.

CONTRAS:

- Implementação: a implementação da reforma do Ensino Médio ainda é um desafio para muitas escolas, especialmente as públicas, que enfrentam problemas como falta de recursos e infraestrutura adequada.

- Desigualdade social: a flexibilidade do novo currículo pode favorecer alunos que têm mais recursos financeiros e apoio familiar para escolherem as disciplinas que desejam estudar, enquanto alunos em situação de vulnerabilidade podem não ter acesso às mesmas oportunidades.

- Redução das disciplinas obrigatórias: a reforma reduz o número de disciplinas obrigatórias, o que pode levar a uma formação mais superficial e menos abrangente dos estudantes.

- Falta de preparação dos professores: a reforma exige uma adaptação por parte dos professores, que precisam estar preparados para lidar com a nova estrutura curricular e com as demandas de um ensino mais personalizado e focado no mercado de trabalho. Muitos professores podem não estar preparados para essas mudanças.