"A Patrulha Maria da Pena e o Juizado da Mulher de Arapiraca são anjos em minha vida. Se não fossem eles eu nem estaria aqui dando esse depoimento aqui", disse Adriana Rodrigues na manhã desta segunda-feira (27), no palco do Teatro Hermeto Pascoal, no Sesc de Arapiraca, em comemoração ao número de mil mulheres assistidas por medida protetiva no município.

O evento realizado pela Patrulha Maria da Penha, do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM), marcou o final das ações em comemoração mês da mulher e a marca histórica de mil mulheres atendidas e índice zero de feminicídio entre as mulheres atendidas e que tiveram o apoio da Justiça, por meio do Juizado da Mulher de Arapiraca.

Adriana Rodrigue foi uma delas e está há dois anos e cinco meses com medida protetiva. Ela se separou do marido em dezembro de 2020, devido às agressões sofridas, mesmo quando estava grávida ela levava tapas no rosto e era constantemente agredida pelo esposo. Os familiares diziam que isso era normal. Para ela não.

"Nunca achei normal levar tapa na cara todos os dias e ser agredida em qualquer lugar pelo meu ex-marido e até mesmo quando estava grávida. Eu agradeço a todos que me ajudaram da Justiça e da Patrulha Maria da Penha para que eu pudesse encontrar a paz na minha vida para poder viver com as minhas filhas", declarou Adriana Rodrigues visivelmente emocionada.

Medidas Protetivas de Urgência 

Através da concessão de Medidas Protetivas de Urgência (MPU), o Poder Judiciário tem trabalhado pela proteção da vida das mulheres na região agreste do estado, em parceria com a Patrulha Maria da Penha, do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM).

A juíza Clarissa Mascarenhas, titular do Juizado da Mulher de Arapiraca, ressaltou a relevância do serviço desenvolvido pelo grupamento da Polícia Militar de Alagoas (PMAL).

“A Patrulha Maria da Penha faz o acompanhamento das medidas protetivas que são determinadas pelo Juizado. Eles fazem um atendimento individualizado, depois encaminham relatórios para os processos, e assim, o Juizado consegue enxergar o que está acontecendo com essas mulheres. É um trabalho fundamental no combate à violência contra a mulher”.

Sem feminicídio entre as assistidas

Segundo a capitã PM Adriana de Souza, comandante da Patrulha Maria da Penha de Arapiraca, o grupamento atua em Arapiraca e Craíbas desde 31 de agosto de 2020, não tendo nenhum registro de feminicídio entre as vítimas atendidas.

“Desde sua criação estamos alcançando o número de mil mulheres assistidas, devido às medidas protetivas de urgência que foram deferidas pelo Juizado da Mulher. Até então, realizamos 72 prisões, destas 51 referentes à descumprimento de medida protetiva, e isso significa que evitamos muitos feminicídios. Agradecemos a Deus por nunca ter acontecido nenhum mal maior com essas vítimas”.

As ações da Patrulha Maria da Penha em Arapiraca e na Região do Agreste somam 51 prisões de agressores com atuação em 24 horas no município e mais de 18 mil visitas de fiscalização das medidas protetivas. Foram realizadas 156 palestras preventivas e capacitações com o resultado de índice zero de feminicídio às mulheres assistidas. A patrulha também realizou ações sociais com a distribuição de 2 toneladas de alimentos, 320 cestas básicas e doação de material de higiene pessoal.

Participaram do evento no Teatro do Sesc mulheres vítimas de violência doméstica assistidas pela Patrulha Maria da Penha e o Juizado da Mulher de Arapiraca, além da secretária de Desenvolvimento Social, Fabrícia Galindo, e a secretária interina da Saúde, Jaqueline Barbosa.

Estiveram presentes também, o coronel Wilson da Silva, comandante do Comando do Policiamento do Interior (CPI), representando o comandante Geral da Polícia Militar de Alagoas, coronel Paulo Amorim. Como também o major Ribeiro, respondendo pelo comando do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM) e o coronel Ênio Bolivar, secretário de Ordem Pública de Arapiraca. O representante da OAB Subseção Arapiraca, Daniel Fernandes, também participou da solenidade.