Polícia

Mais um policial militar é denunciado por fraude processual no caso Marcelo Leite

Empresário arapiraquense foi morto pela polícia durante uma abordagem realizada em novembro do ano passado

Por 7Segundos 27/04/2023 15h03
Mais um policial militar é denunciado por fraude processual no caso Marcelo Leite
Defesa dos policiais envolvidos na morte de Marcelo Leite reafirma que vítima atirou contra guarnição - Foto: Reprodução

O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) denunciou, nesta terça-feira (27), mais um policial militar envolvido na abordagem policial que resultou na morte do empresário Marcelo Leite, em Arapiraca, em 14 de novembro de 2022.

De acordo com a denúncia, o policial militar admitiu perante a Corregedoria da Polícia Militar que conduziu o carro da vítima do local em que se encontrava em via pública para próximo à guarita do sentinela do 3º Batalhão de Polícia Militar, o que configura fraude processual.

O Ministério Público argumenta que o policial teve o dolo na sua conduta de alterar o estado de coisas em local de crime e, assim, levar a erro, dificultar ou mesmo inviabilizar o trabalho dos peritos e juízes responsáveis pelo caso, que ficaram permanentemente sem acesso às informações resultantes do posicionamento e de eventuais vestígios próximos ao automóvel de Marcelo Leite, de modo que os peritos ficaram limitados às diferentes versões apresentadas pelos envolvidos até mesmo para fins de realização de reprodução simulada dos fatos.

Além dele, outros três policiais militares já são investigados e acusados por homicídio qualificado, denunciação caluniosa e fraude processual. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) em fevereiro de 2023.

Marcelo Leite foi atingido por tiro de fuzil durante uma abordagem policial e morreu semanas depois, em um hospital de São Paulo.

A defesa do empresário afirmou que, com a denúncia do cabo da PM, "faltou a inclusão" de um dos policiais que participaram da ação que culminou na morte de Marcelo Leite. 

"O que se observa é que um desses policiais admitiu que foi ele quem efetivamente dirigiu o veículo e modificou a cena do crime para criar a narrativa de que tinha a legítima defesa", disse o advogado Leonardo de Moraes, que atua como assistente da acusação.