Polícia

Em três meses, cidade sertaneja de São José da Tapera registrou pelo menos oito crimes violentos

Casos constantes tem preocupado a população local

Por Erick Balbino/7Segundos 01/07/2023 08h08
Em três meses, cidade sertaneja de São José da Tapera registrou pelo menos oito crimes violentos
Movimentos de mulheres fazem ato em São José da Tapera após feminicídio de Mônica Cavalcante - Foto: Reprodução/Levante Feminista

O município de São José da Tapera, localizado no Sertão de Alagoas, a 240 quilômetros da capital Maceió, vem sofrendo com os constantes casos de violência, que tem gerado medo e insegurança para a população de pouco mais de 30 mil habitantes.

Pelo menos oito crimes violentos foram registrados de março a junho deste ano na cidade sertaneja. Dois deles ganharam repercussão nacional.

Primos assassinados em festa

Nesta quinta-feira (29), duas pessoas foram assassinadas após uma discussão durante uma festa junina que estava sendo realizada no Povoado Caboclo, localizado na zona rural de São José da Tapera. De acordo com informações divulgadas pelo delegado Diego Nunes, responsável pela investigação, o autor do crime, que não teve o nome divulgado, teria se envolvido uma discussão com uma outra pessoa e as vítimas, um homem e uma mulher que seriam primos do criminoso, se envolveram na tentativa de apaziguar a briga. Maria Elisângela e Helianio foram atingidos por disparos de arma de fogo, causando ferimentos fatais. O suspeito ainda não foi encontrado. (Mais informações aqui).

Feminicídio de Mônica Cavalcante

Outro caso de grande repercussão foi o feminicídio da jovem Mônica Cavalcante, morta pelo próprio marido na manhã do dia 18 de junho, em frente ao fórum de São José da Tapera, prédio localizado próximo a casa onde a vítima e o autor viviam com os filhos.

Mônica chegou a gravar vídeos na noite anterior a sua morte, falando sobre o relacionamento abusivo que mantinha com o marido, Leandro Pinheiro Barros, e que estava tentando se esconder dele. Nas imagens, ela também afirma que se acontecesse algo com ela, o culpado seria ele.

Leandro segue foragido desde o dia do crime. Seu pai, um sargento da Polícia Militar que atua em Canindé de São Francisco-SE, entregou à polícia a arma que pode ter sido utilizada pelo filho no crime. A informação foi divulgada pela Polícia Civil.

Na última quarta-feira (28), a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) designou três delegados para intensificarem as buscas pelo criminoso. Os trabalhos contam com a ajuda das forças de segurança pública de Sergipe, estado onde Leandro tem diversos parentes. (Mais informações aqui).

Outros Casos

Na última segunda-feira (26), um caso de violência doméstica foi registrado na cidade sertaneja. Um homem de 30 anos foi preso na zona rural após agredir a própria irmã, uma jovem de 25 anos. De acordo com testemunhas, o agressor deu vários socos contra a vítima e também utilizou uma garrafa pet na sessão de espancamento. (Mais informações aqui).

Em 27 de maio, um homem de aproximadamente 50 anos, que não teve a identidade divulgada, foi assassinado em uma estrada vicinal que dá acesso ao Sítio Torrões, na zona rural de São José da Tapera. A vítima, que usava camisa vermelha e bermuda preta, foi encontrada de barriga para baixo, ao lado de um carro de passeio. (Mais informações aqui).

Em 23 de maio, um homem, acusado de estupro, foi encontrado morto com várias marcas de tiros. O caso aconteceu também em uma estrada vicinal que dá acesso ao Sítio Antas. A vítima, que é reeducando do sistema prisional alagoano, foi atingida na cabeça, evidenciando se tratar de um crime de execução. (Mais informações aqui).

Em 15 de maio, um homem de 46 anos foi preso após ameaçar a sua companheira e o filho dela, seu enteado. A prisão ocorreu após a vítima, uma mulher de 46 anos, acionar a polícia e denunciar o caso. O suspeito, que se encontrava dentro da casa, foi preso em flagrante e, em seguida, conduzido à delegacia. Na ocasião, a polícia também apreendeu uma arma de fogo, uma pistola .25. (Mais informações aqui).

No início de abril, mais precisamente no dia 4, uma cabeça humana foi encontrada na zona rural da cidade sertaneja. Segundo populares, o crânio foi encontrado no Povoado Caboclo, mas o resto do corpo não foi achado. Na ocasião, o Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca foi acionado e informou que o crânio pode ter sido desovado há cerca de 30 dias, devido ao seu estado de decomposição. (Mais informações aqui).

Combate à Violência

O Portal 7Segundos entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP/AL) e foi informado de que a polícia está intensificando o policiamento em pontos considerados mais críticos da cidade.

"Por meio da policia civil os crimes estão sendo investigados e a policia militar está atuando para realizar policiamento em pontos considerados mais críticos da cidade. Assim como em outros municípios da região, estamos atuando de forma conjunta para dar a resposta necessária aos crimes ocorridos.", diz nota encaminhada ao portal.