Brasil

Cid fará confissão e admitirá ordem de Bolsonaro, diz advogado à CNN

"Ele recebeu uma determinação e resolveu", destacou Cezar Bitencourt; ex-ajudante de ordens está preso desde maio

Por CNN 21/08/2023 13h01
Cid fará confissão e admitirá ordem de Bolsonaro, diz advogado à CNN
Mauro César Barbosa Cid n - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Cezar Bitencourt, afirmou à CNN nesta segunda-feira (21) que o ex-ajudante de ordens fará confissão e admitirá ter recebido ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias.

“É uma confissão. [Cid] vai admitir. As provas estão aí, ele vai admitir. Mas isso é início de conversa. Nem falei com o delegado que está com a investigação”, disse Bitencourt.

Conforme explicou o advogado, o ex-ajudante de ordens, que está preso desde maio, teria ouvido a seguinte frase de Bolsonaro: “Resolve isso aí, Cid”.

“[Cid] efetuou a venda do relógio nos EUA, daí ia trazer para cá o resultado. Ele era assessor do chefe. Fez isso e procurou entregar para quem o determinou que fosse feito a venda”, declarou Bitencourt.

“Ele era assessor, conhecia o presidente, tinha intimidade. Ele recebeu uma determinação e resolveu”, completou.

O advogado acrescentou que irá ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda na tentativa de marcar uma audiência com o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte.

Segundo apurou a CNN, Bitencourt pretende negociar como se dará o novo depoimento que Cid deve prestar com relação ao caso das joias.

De acordo com a analista da CNN Clarissa Oliveira, a defesa de Cid pretende construir pontes com Moraes, colocando o ex-ajudante de ordens como uma figura disposta a colaborar com as investigações.

Advogado de Cid nega diálogo com defesa de Bolsonaro

Ainda durante a entrevista, Bitencourt negou ter qualquer proximidade com a defesa de Bolsonaro. “Ele [advogado de Bolsonaro] me ligou, a gente cumprimentou e vamos ter respeito recíproco na defesa”, disse.

Bitencourt negou ter sofrido pressão após afirmar que Cid revelaria a participação do ex-presidente no esquema da venda das joias.

“Ninguém [me pressionou]. Sou advogado, sou independente. Ainda que houvesse [pressão], não surtiria efeito. Não existe pressão, não houve nada. Ninguém me procurou”, enfatizou.