Política

Ronaldo Lopes afirma que denúncias de Marcius Beltrão são motivadas por "herança maldita"

Prefeito afirmou ter rompido politicamente com ex-aliado por não aceitar irregularidades

Por 7Segundos com Aqui Acontece 19/10/2023 18h06 - Atualizado em 20/10/2023 08h08
Ronaldo Lopes afirma que denúncias de Marcius Beltrão são motivadas por 'herança maldita'
Ronaldo Lopes concedeu entrevista ao programa João Lucas, da Penedo FM - Foto: Aqui Acontece

Em entrevista à rádio Penedo FM, o prefeito de Penedo, Ronaldo Lopes esclareceu as motivações da guerra política iniciada pelo ex-prefeito do município, Március Beltrão.

Com vários documentos em mãos, o prefeito rebateu informações divulgadas pelo seu antigo aliado político e revelou os motivos que levaram ao rompimento, que aconteceu na virada de 2020 para 2021, quando ele assumiu a gestão municipal.

“Deixamos que o ex-prefeito indicasse a pessoa para gerir as pastas da Educação, da Cultura e do SAAE, assim como ele pediu. Nosso intuito em atender esse pedido foi para que o mesmo pudesse contribuir com nossa administração, assim como eu contribuí com a dele nos 8 anos em que estive como vice-prefeito. No entanto, não poderia compactuar com irregularidades, e foi isso que o deixou revoltado”, explicou.

Ronaldo Lopes relatou que a "herança maldita" deixada por Március Beltrão foi identificada nos primeiros dias de mandato. De acordo com ele, seu antecessor assinou um contrado no valor de mais de R$ 16 milhões para iluminação pública, no apagar das luzes do mandato, que o prefeito preferiu rescindir, por considerar suspeito.

“Quando rescindimos esse contrato, fui procurado pelo ex-prefeito, que não gostou do que fizemos. Eu expliquei que havia algo errado e que não poderia compactuar com isso. Ele não gostou e começou a se afastar, mas mesmo assim mantemos nossos compromissos. A prova de que estávamos corretos é o fato de termos iluminado toda Penedo, inclusive a zona rural, com lâmpadas de LED, gastando R$ 5 milhões, um valor três vezes menor ao que ele tinha firmado nesse contrato, nos últimos dias de seu mandato, como vocês podem ver nesse documento que disponibilizo para consulta de quem quer que seja”, acrescentou.

Em relação ao posto de saúde do bairro Raimundo Marinho, que Március Beltrão criticou a paralisação da obra dizendo que havia deixado recursos em caixa para a conclusão, o prefeito rebateu a informação com documentos, mostrando que a verba, no valor de quase R$ 750 mil só chegou aos cofres da prefeitura em dezembro do ano passado, por meio de recursos enviados pelo deputado Paulão.

Ronaldo Lopes disse ainda que a obra estava sendo executada na gestão anterior com irregularidades, sem contrato com a construtora, sem documento de posse do terreno e sem liberação da Vigilância Sanitária. “Estamos licitando a obra para fazê-la toda de novo, da maneira correta. É preciso ter respeito com as pessoas. Fazer oposição é natural, mas se pegar em mentiras, com nível baixo, não cola. Apresente propostas, pois nossa campanha será dessa forma”, acrescentou.

Ainda na área da saúde, o prefeito explicou a rescisão do ceontrado para serviço de acompanhamento de pacientes com doenças crônicas, que de acordo com ele, não tinha serventia.

“Na gestão passada, uma empresa de Santa Catarina recebia 40 mil por mês da prefeitura de Penedo de um programa médico que não servia para nada. Contratamos um profissional de informática que fez um levantamento e concluiu que esse programa era totalmente desnecessário. Então nós fizemos a rescisão e demitimos um funcionário que morava aqui em um hotel e era muito bem remunerado, com salário de nível de secretário, fora os 40 mil mensais que recebia. E para surpresa, a prefeitura de Penedo fazia parte da empresa, com 3% das ações, enquanto um laranja de Coruripe tinha 97%”, revelou, destacando que os pacientes crônicos seguem recebendo atendimento e acompanhamento normalmente.

O prefeito ainda apresentou documentos comprovando que o atraso na obra do prédio da antiga SEMEP foi provocado porque a empresa desistiu de dar continuidade à obra e responsabilizou Marcius Beltrão pela falência do SAAE, que de acordo com ele serviu de "cabide de emprego" com salários que podiam chegar a R$ 20 mil.

“Penedo não pode mais ser administrada de Maceió. Penedo merece um prefeito que faz o que a gente faz, que anda na rua, que conversa com o povo, que olha nos olhos e não um que se esconde, que nem casa em Penedo tem”, enfatizou. “Recuperamos a credibilidade de Penedo. Em Brasília, conseguimos recursos com vários políticos, inclusive com alguns que não votamos, a exemplo do senador Rodrigo Cunha, que tem ajudado muito a Penedo, assim como os senadores Renan Calheiros e Fernando Farias também, por exemplo. Isso é fruto de um trabalho sério que a gente tem desempenhado em Penedo”, complementou.