Arapiraca

Enfermeira denuncia opressão a trabalhadores no Hospital Regional de Arapiraca; provedor nega

Débora Edinêz alega que trabalhadores estão sendo coagidos a assinar contrato sem número de horas trabalhadas definido

Por 7Segundos 02/12/2023 08h08 - Atualizado em 02/12/2023 09h09
Enfermeira denuncia opressão a trabalhadores no Hospital Regional de Arapiraca; provedor nega
Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, em Arapiraca - Foto: 7Segundos

A enfermeira e ativista política Débora Edinêz denunciou que os funcionários da enfermagem do Hospital Regional de Arapiraca estão sendo coagidos a assinarem novos contratos de trabalho com aumento da carga horária.

De acordo com ela, vários profissionais estão assinando os documentos mesmo sem concordar com a mudança por medo de serem demitidos.

"Eles [os profissionais da enfermagem] estão sendo chamados ao RH para assinar um acordo em que terão a carga horária aumentada, sem sequer saber quanto é que vai ser o seu salário, fazendo com que eles trabalhem mais, sem saber quanto vão ganhar", declarou Débora Edinêz, que falou das dificuldades enfrentados pelos trabalhadores do hospital, que no início do ano chegou a terem cinco meses de salários atrasados para receber. "No ano que trabalhamos tanto, nos dedicamos, perdemos nossas vidas por conta da pandemia, lutamos tanto pelo piso salarial agora os profissionais estão passando por isso", declarou em suas redes sociais.

Ainda no vídeo, ela afirmou ainda que denunciou o caso ao Sindicato dos Enfermeiros, que estaria em contato com a direção do Hospital Regional, mas a nova carga horária já está para ser implantada neste mês de dezembro.

O 7Segundos entrou em contato com o provedor do Hospital Regional de Arapiraca, o médico Dênis Moura. Ele confirmou a implantação de uma nova carga horária para o pessoal da enfermagem, mas negou que os trabalhadores estajam sendo coagidos.

"O Hospital Regional era o único de Arapiraca cuja carga horária era de 30 horas, em todos os outros é de 40h a 44h pelo piso salarial da categoria e todos os profissionais da enfermagem sabem disso, porque eles trabalham sob esta carga horária. Não é verdade que estão assinando sem saber quanto tempo irão trabalhar, o aumento da carga horária para 36h foi feito com o aval do Ministério Público e do Trabalho, e eles já estão recebendo proporcionalmente às horas trabalhadas", declarou.

Segundo o provedor, um grupo de funcionários teria ficado insatisfeito com o aumento da carga horária, mas que, de acordo com ele, o clima é de compreensão pelo momento que o hospital está passando. "Quando o novo conselho assumiu o comando, o hospital estava prestes a fechar devido à situação financeira e realmente havia cinco meses de salários atrasados. Estamos trabalhando para tentar resolver a situação e hoje mesmo estamos pagando a folha do mês de outubro. Apesar de alguns insatisfeitos, todos do hospital deram as mãos e estão trabalhando para que a gente possa voltar a crescer. O clima não é de medo, mas de esforço de cada um", disse.

Segundo ele, as denúncias feitas por Débora Edinêz não causam preocupação. "Ela não está no nosso quadro de funcionários e o que ela fala, não reflete o que a maioria pensa", concluiu.