Política

Deputado Daniel Barbosa enaltece luta por igualdade de gênero neste Dia Internacional da Mulher

Por 7Segundos com assessoria 08/03/2024 13h01
Deputado Daniel Barbosa enaltece luta por igualdade de gênero neste Dia Internacional da Mulher
Deputado Daniel Barbosa - Foto: Assessoria

Em seu novo artigo, intitulado “Uma História de Lutas”, o deputado federal Daniel Barbosa faz um contexto histórico sobre a trajetória de mulheres pioneiras no movimento feminista, como Anna Rosa Termacsics dos Santos, Sojouner Truth e Clara Zettkin. O texto aborda a origem do Dia Internacional da Mulher, em 1910, e ressalta a persistência das reivindicações femininas, destacando as desigualdades presentes no século XXI.

O parlamentar aproveitou a data para enfatizar a necessidade de investir na igualdade de gênero para enfrentar desafios globais, reconhecendo a contribuição das mulheres na economia e defendendo uma representação política mais equitativa.

“Não existe espaço para modelos masculinos de dominação. Todas as pessoas devem receber tratamento igualitário, respeitadas, evidentemente, as suas particularidades. Vamos festejar os avanços socais, políticos e econômicos alcançados pelas mulheres e ficar atentos para que sejam preservados”, escreveu Daniel Barbosa.

Confira o artigo na íntegra:

UMA HISTÓRIA DE LUTAS

Em 1868, a professora Anna Rosa Termacsics dos Santos, uma das pioneiras do feminismo no Brasil, publicou um tratado versando sobre a emancipação política da mulher e o direito de votar. Com suas ideias, sustentando que as mulheres não estavam submissas aos direitos, à educação e ao diminuto espaço que o homem lhes concedia, Anna Rosa teve coragem para afrontar a ordem patriarcal então vigente.

Alguns anos antes, em 1851, na Convenção dos Direitos das Mulheres, realizada nos Estados Unidos da América, Sojouner Truth, ex-escrava e defensora dos direitos femininos, proferiu um discurso que ficou célebre, destacando as injustiças impostas às mulheres negras e defendeu a igualdade de gênero. Considerada uma das mais influentes norte-americanas de todos os tempos, suas estátuas estão no edifício do Capitólio, em Washington, D.C., e no Central Park, em Nova Iorque, ao lado das sufragistas Susan Anthony e Elizabeth Stanton.

Em agosto de 1910, na Dinamarca, numa conferência internacional de mulheres socialistas, a professora alemã Clara Zettkin propôs a criação de uma data para colocar em evidência a igualdade de gênero e os direitos das mulheres, incluindo o direito ao voto. A primeira comemoração se deu em 19 de março de 1911, abrangendo poucos países. Mais tarde, em 1913, o Dia Internacional da Mulher foi transferido para 8 de março.

Por sua vez, vários eventos relevantes do movimento operário ajudaram na organização do Dia Internacional da Mulher. Podem ser citados, entre outros, a greve das trabalhadoras têxteis, de 1857, em Nova Iorque; a manifestação das mulheres socialistas nos Estados Unidos, em 1908; a conferência internacional das mulheres socialistas, de 1910, em Copenhague; e o trágico incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist que, no ano de 1911, matou 146 pessoas em Nova Iorque.

Apesar das conquistas, as reivindicações femininas daquela época não diferem muito das atuais: melhores condições de trabalho, melhores salários, igualdade de direitos, oportunidades de emprego e participação, representação e liderança política, fim da violência doméstica, acesso à boa educação e por aí vai.

É inaceitável que em pleno Século XXI o mundo ainda esteja se debatendo com essas mesquinharias do atraso mais obtuso. E que haja homens tratando as mulheres com menosprezo e violência. E que as mulheres ganhem menos do que os homens, exercendo funções idênticas. E que o mercado de trabalho castigue as mulheres que engravidaram. A data de 8 de março é o símbolo da luta histórica das mulheres pelo reconhecimento dos seus direitos e das conquistas alcançadas.

A humanidade parece não entender o óbvio. Os conflitos políticos se multiplicam; a pobreza extrema machuca, humilha e extermina milhões de pessoas; as agressões à natureza alimentam as indesejáveis alterações climáticas. Compreendendo que esse descaminho tem força suficiente para levar o planeta ao colapso, as Nações Unidas lançaram o tema “Investir nas Mulheres: Acelerar o progresso” para celebrar o 8 de março e como ponto de reflexão para este ano de 2024.

A percepção é de que esses problemas gravíssimos não podem ser enfrentados sem a participação feminina investida de poder e de autoridade. A sociedade precisa mudar urgentemente, porque do jeito que vai o mundo abraça a ignorância e marcha a passos largos para o abismo. E para mudar precisa de lucidez e união.

As desigualdades sociais, incluindo a disparidade de gênero, só prejudicam a humanidade e devem ser eliminadas no nascedouro. Investir na igualdade de gênero, tanto do ponto de vista econômico, quanto do ponto de vista de direitos humanos, empoderando as mulheres, deve ser prioridade na agenda das preocupações mundiais, como estratégia de proteção das populações vulneráveis.

Sem dúvida, é fundamental reconhecer a contribuição das mulheres para a economia nacional e mundial, por meio do seu trabalho, remunerado e não remunerado. Os homens dedicam muito pouco do seu tempo às atividades não remuneradas, em comparação com as mulheres, que são muito mais solidárias. A experiência mostra que desigualdade de gênero produz atraso e igualdade de gênero gera progresso.

Além disso, a representação feminina na política e nos espaços de poder, apesar dos esforços para corrigir essa deficiência, ainda é minúscula e diametralmente oposta aos seus benefícios. O Brasil possui apenas 18% de mulheres com mandato na Câmara dos Deputados e em 2022 somente quatro mulheres foram eleitas para o Senado, constituindo a representação política mais desigual da América do Sul, em termos de gênero.

Não existe espaço para modelos masculinos de dominação. Todas as pessoas devem receber tratamento igualitário, respeitadas, evidentemente, as suas particularidades. Vamos festejar os avanços socais, políticos e econômicos alcançados pelas mulheres e ficar atentos para que sejam preservados. Por outro lado, é relevante promover debates e ações de conscientização sobre a necessidade e os benefícios da equidade de gênero para a sociedade.