Justiça

Com prisão de Leandro, processo por feminicídio de Mônica Cavalcante deve retomar fase das oitivas

De acordo com delegado, pena para acusado pode chegar a 30 anos de prisão

Por Patrícia Bastos/ 7Segundos 09/04/2024 16h04 - Atualizado em 09/04/2024 19h07
Com prisão de Leandro, processo por feminicídio de Mônica Cavalcante deve retomar fase das oitivas
Agentes da polícia boliviana entregaram Leandro Pinheiro às autoridades policiais do Brasil na fronteira entre os dois países - Foto: Polícia

Com o recambiamento para Alagoas de Leandro Pinheiro Barros, preso no último dia 05 em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, o processo que ele responde pelo feminicídio de Mônica Cristina Cavalcante Alves, que estava suspenso, volta a ter andamento normal.

Segundo o Ministério Público, o acusado foi denunciado pela promotoria de São José da Tapera e já é considerado réu no processo, que a partir de agora prossegue com a fase das oitivas.

Serão ouvidas as testemunhas de acusação, as testemunhas de defesa e, por fim, o interrogatório de Leandro Pinheiro. Após esta etapa, a justiça decide se há elementos suficientes para ele ser levado à júri popular.

Em entrevista para a imprensa, o delegado Igor Diego, que integra a comissão de delegados que atua no inquérito policial que investiga a morte de Mônica Cavalcante, informou que caso o réu seja levado a julgamento, poderá ser sentenciado a 30 anos de prisão, pelo crime de feminicídio.

"Ele pode pegar pena de 30 anos por feminicídio, que na verdade é um homicídio duplamente qualificado", declarou.

O delegado também divulgou mais detalhes do interrogatório de Leandro Pinheiro, que leva a polícia a investigar quem teria ajudado o réu a fugir do local do crime e a viver durante os últimos dez meses na Bolívia.

Em seu depoimento, o réu afirmou que teria tentado socorrer Mônica Cavalcante após alvejá-la com vários tiros no estacionamento do Fórum de São José da Tapera, em junho de 2023, mas quando percebeu que ela estava morta, teria entrado em desespero e iniciado a fuga.

Leandro contou que inicialmente seguiu até Piranhas, onde abandonou o carro e passou a pedir caronas até chegar a casa de um primo, em Sergipe. O parente se recusou a manter um fugitivo em casa e então o réu teria iniciado a fuga até a Bolívia.

"Ele disse a todo momento que não teve ajuda de ninguém e que usou um dinheiro que tinha guardado", declarou o delegado.

O acusado disse que usou vários carros diferentes até cruzar a fronteira entre o Brasil e a Bolívia e alegou ter se sustentado durante esse período com a compra e revenda de celulares.

A polícia investiga se parentes e amigos ajudaram o acusado durante a fuga ou a se manter no país vizinho. Promover ou facilitar a fuga de pessoa que cometeu ilícito é crime previsto no Código Penal Brasileiro, com pena de detenção de seis meses a dois anos.