Com prisão de Leandro, processo por feminicídio de Mônica Cavalcante deve retomar fase das oitivas
De acordo com delegado, pena para acusado pode chegar a 30 anos de prisão
Com o recambiamento para Alagoas de Leandro Pinheiro Barros, preso no último dia 05 em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, o processo que ele responde pelo feminicídio de Mônica Cristina Cavalcante Alves, que estava suspenso, volta a ter andamento normal.
Segundo o Ministério Público, o acusado foi denunciado pela promotoria de São José da Tapera e já é considerado réu no processo, que a partir de agora prossegue com a fase das oitivas.
Serão ouvidas as testemunhas de acusação, as testemunhas de defesa e, por fim, o interrogatório de Leandro Pinheiro. Após esta etapa, a justiça decide se há elementos suficientes para ele ser levado à júri popular.
Em entrevista para a imprensa, o delegado Igor Diego, que integra a comissão de delegados que atua no inquérito policial que investiga a morte de Mônica Cavalcante, informou que caso o réu seja levado a julgamento, poderá ser sentenciado a 30 anos de prisão, pelo crime de feminicídio.
"Ele pode pegar pena de 30 anos por feminicídio, que na verdade é um homicídio duplamente qualificado", declarou.
O delegado também divulgou mais detalhes do interrogatório de Leandro Pinheiro, que leva a polícia a investigar quem teria ajudado o réu a fugir do local do crime e a viver durante os últimos dez meses na Bolívia.
Em seu depoimento, o réu afirmou que teria tentado socorrer Mônica Cavalcante após alvejá-la com vários tiros no estacionamento do Fórum de São José da Tapera, em junho de 2023, mas quando percebeu que ela estava morta, teria entrado em desespero e iniciado a fuga.
Leandro contou que inicialmente seguiu até Piranhas, onde abandonou o carro e passou a pedir caronas até chegar a casa de um primo, em Sergipe. O parente se recusou a manter um fugitivo em casa e então o réu teria iniciado a fuga até a Bolívia.
"Ele disse a todo momento que não teve ajuda de ninguém e que usou um dinheiro que tinha guardado", declarou o delegado.
O acusado disse que usou vários carros diferentes até cruzar a fronteira entre o Brasil e a Bolívia e alegou ter se sustentado durante esse período com a compra e revenda de celulares.
A polícia investiga se parentes e amigos ajudaram o acusado durante a fuga ou a se manter no país vizinho. Promover ou facilitar a fuga de pessoa que cometeu ilícito é crime previsto no Código Penal Brasileiro, com pena de detenção de seis meses a dois anos.