Polícia

Presos em SE por participação de chacina alegam terem sido forçados por artista plástico

Dupla afirma que autor confesso ameaçou com arma para que eles jogassem corpos em cacimba

Por Patrícia Bastos/ 7Segundos 21/04/2024 17h05
Presos em SE por participação de chacina alegam terem sido forçados por artista plástico
Retirada do corpo de uma das vítimas da chacina do Laranjal - Foto: Giovanni Luiz-7Segundos

Os dois homens presos no município de Nossa Senhora da Glória (SE) acusados de participação na chacina que matou dois adultos e um casal de adolescentes em Arapiraca, relataram para a polícia que estavam em um cômodo diferente da casa quando o autor confesso do crime, Reginaldo da Silva Santana começou a atirar nas vítimas.

"Ele (Reginaldo) xingou eles (as vítimas), agrediu e efetuou disparo na cabeça do menino galego e depois deu dois disparos na cabeça do outro. Virou, atirou na cabeça da menina, depois da outra menina e acabou que ele apontou uma arma para a gente e fez a gente levar os corpos para a cacimba. Eu pedi pelo amor de Deus para ele não atirar", disse um dos presos.

O outro também afirmou ter sido forçado e ameaçado pelo artista plástico. "A todo momento com a arma apontada, dizendo que se a gente falasse alguma coisa pra alguém, ele ia matar a gente. Se não fosse ele, tinha gente que iria matar por ele", declarou.

Os presos, que foram indiciados pelo crime de ocultação de cadáver, informaram ainda que aproveitaram um momento de descuido de Reginaldo para fugir do local do crime.

De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, a versão dada pelos dois presos entra em conflito com a apresentada pelo artista plástico, até mesmo em relação à motivação. A dupla teria negado que o crime foi motivado por um suposto furto.

"Eles informaram que não sabem explicar a motivação. Simplesmente estavam dentro do quarto e ouviram a discussão entre Giba e os dois homens, que já estariam posicionados no chão da sala, com o Giba no meio deles e as duas mulheres, uma de cada lado", disse o delegado.

De acordo com ele, a dupla afirmou que o artista plástico estava embriagado e várias vezes gritou com os homens, mandando eles respeitarem as mulheres.

Reginaldo teve a prisão em flagrante convertida em preventiva no sábado (20).

Os corpos das vítimas da chacina foram sepultados neste domingo (21).