Blog do Roberto Ventura

Blog do Roberto Ventura

Blog do Roberto Ventura

É preciso muita cautela na hora de ouvir e decidir

01/12/2021 10h10 - Atualizado em 01/12/2021 14h02
É preciso muita cautela na hora de ouvir e decidir

É claro e evidente que quando se vence uma eleição, quando o candidato vitorioso inicia seu mandato já não possui os cem por cento daqueles votos que foram computados em seu favor. Ele já não possui mais aquele índice de aceitação popular; isso é normal, natural e aceitável na política. Entretanto, é preciso sabedoria e bastante humildade para saber quando, como e onde conquistar novos adeptos, novos simpatizantes e, consequentemente, novos eleitores.

Suponhamos que o então candidato obteve dez mil votos em uma eleição; ao iniciar seu mandato, o chefe do executivo terá cerca de 60% da votação que ele obteve quando disputou o pleito. Então, o que fazer? Como agir?

São vários os motivos que ocasionam essa perca de apoio popular e consequentemente de votos. Primeiro, é que o agora detentor de mandato jamais irá atender as expectativas e anseios de seu eleitorado; promete-se muito e realiza-se pouco.

Em primeiro lugar é preciso ouvir e se cercar de pessoas sérias, competentes, autênticas, verdadeiras, e ouvir, sobretudo, aqueles que têm realmente capacidade e que são habilitados para isso: marqueteiros, politólogos, cientistas sociais, jornalistas políticos, publicitários e políticos com bastante experiência e isenção. Não é ouvir e se aconselhar com qualquer um, ou com aqueles guiados pelo ódio, pelo rancor, pelo revanchismo e pela perseguição, que fazem e analisam a política pelo lado da emoção, da prepotência e arrogância, em detrimento da razão.

Já que ele só tem 60% dos votos garantidos pela última eleição, é necessário correr atrás do prejuízo para recompor sua equipe, aumentar seu grupo político e seu poder de fogo para substituir aqueles que não mais farão parte do mesmo, conquistar mais apoiadores, os quais serão os seus futuros eleitores e, com isso, ganhar fôlego para o próximo pleito. E como fazer isso?

Necessário se faz separar o joio do trigo, ou seja, cada um em seu lugar, em seu espaço; segundo, conquistar aqueles eleitores que simplesmente votaram no candidato derrotado por gratidão, pela conquista de um emprego, por benefícios conquistados, por grande favor, por simpatia, esses, são facilmente conquistados e serão, sem dúvidas, fiéis ao prefeito recém-eleito. Selecionar aqueles que irão preencher as lacunas deixadas por aqueles eleitores que não mais votarão no recém-eleito porque não tiveram seus sonhos e desejos realizados.

Por outro lado, os eleitores radicais, aqueles que foram beneficiados com vantagens pessoais para si e seus familiares, que gozavam de prestígio e altos salários, mordomias, diárias vantajosas, esses, mesmo que sejam convocados para exercer um bom cargo com bons salários na nova administração, dificilimamente deixarão de apoiar e votar no candidato derrotado na última eleição, porque foram demais beneficiados por este.

É preciso cautela na hora de decidir, a quem ouvir, com quem se aconselhar; e o mais importante: nunca pedir conselhos aqueles com o coração carregado de ódio e revanchismo ou levados pelo sentimento da emoção, que não têm o conhecimento político necessário para opinar, esses, são uns verdadeiros pesadelos e obstáculos em qualquer administração e, principalmente, na caminhada do político que almeja o sucesso.

Aumente seu grupo político conquistando com critérios, com sabedoria, deixe o coração de lado e aja com a razão, porque, caso contrário, o resultado das futuras eleições estará ameaçado e o eleito poderá ter sérios problemas em sua reeleição e poderá cair no ostracismo político.

Temos vários exemplos de políticos que caíram no isolamento, que fracassaram, que encerraram a carreira política depois de concluir o mandato, porque não tiveram a humildade suficiente para ouvir e, ao invés de se aconselhar com quem conhece a arte de se fazer política, procurou se aconselhar com pessoas leigas, amadoras, despreparadas, guiadas pela bajulação, pela vantagem pessoal, pelo ódio e pela emoção. Portanto, é preciso muito cuidado e cautela na hora de ouvir e decidir.

Sobre o blog

Roberto Ventura: Bel. em   Ciências Sociais ( Cientista Político),   Jornalista, Radialista, Pós-graduado em Assessoria de Comunicação e Marketing, cursou Marketing Político, Ex-Arbitro de Futebol Profissional

Arquivos