Blog do Roberto Ventura

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Os famigerados cabos eleitorais

04/02/2022 22h10 - Atualizado em 04/02/2022 22h10
Os famigerados cabos eleitorais

Apesar de estarmos há oito meses das próximas eleições, os bastidores e a caça ao voto estão a todo vapor. Em Messias, a presença de cabos eleitorais nas ruas é uma constante; são figuras bastante conhecidas do eleitor messiense. Esses, desfilam pelas ruas da cidade numa busca desesperada de votos para seus candidatos nas eleições de outubro.

O candidato, quer seja estadual ou federal, investe pesado em seus representantes na cidade e, esses, por sua vez, têm a missão de cabalar votos e, quando isso não acontece, o cabo eleitoral terá que prestar contas com o deputado, e é aí que a coisa pega.

Nessa época surgem as promessas mirabolantes, tapinhas nas costas, sorriso aberto, visitas domiciliares, encontros com velhos 'amigos', presença frequente em feiras livres, praças, templos religiosos, bares e, como na poderia deixar de ser, sempre acompanhados dos famigerados bobos da corte e puxa-sacos de plantão, transformam-se em salvadores da pátria, fingem-se de moralistas e passam a dar 'exemplo' de honestidade e ética.

Quando essas lideranças municipais são questionadas sobre suas ausências nas ruas, elas tentam se defender da seguinte maneira: "Eu não vim mais aqui porque estava sem tempo, estive doente, estava viajando, resolvendo assuntos particulares, mas agora estamos juntos, foi bom te ver". Tudo balela, conversa fiada e muita picaretagem.

Trata-se de um golpe que funciona mais ou menos assim: dias depois das eleições municipais os caçadores de voto da cidade passam a desfilar em carro com vidros fechados para não serem identificados pelo eleitor, simulam estarem ao telefone para não serem incomodados, olham na direção oposta quando ver o eleitor, vão para seus sítios, fazendas e até casa de praia alegando cansaço.

É no período eleitoral onde aparece a figura do 'bom moço', dos aproveitadores de plantão. Não precisa ser nenhum expert em política porque, para identifica-los, é muito simples: eles estão sempre cercados de outros tantos picaretas, sanguessugas, parasitas e uma cambada de bajuladores.

Esses cabos eleitorais estão apenas preocupados em ganhar dinheiro para aumentar sua conta bancária, ter prestigio e espaço na política local para favorecer familiares, 'companheiros' e afilhados políticos.

E, como detalhe, a moda agora é tirar self em mesa de bar; junta-se uma turminha, para sorrir cinicamente, fazer pose e postar nas mídias sociais. Nessa podridão cada um tem uma missão, mas, com certeza, a do puxa-saco e do bobo da corte são as mais importantes, esses têm a obrigação de convidar pessoas para participarem deste grande circo.

Passada as eleições, tudo volta a normalidade e o eleitor babaca fica a 'ver navios'. Os cabos eleitorais com dinheiro no bolso vão gastar nos sofisticados restaurantes da orla alagoana e nos melhores shopping centers de Maceió, tudo isso com o voto dos eleitores menos esclarecidos, menos politizados e subservientes.

Sobre o blog

Roberto Ventura: Bel. em   Ciências Sociais ( Cientista Político),   Jornalista, Radialista, Pós-graduado em Assessoria de Comunicação e Marketing, cursou Marketing Político, Ex-Arbitro de Futebol Profissional

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