Blog do Roberto Ventura

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O famigerado ‘frentão’

02/01/2023 19h07 - Atualizado em 02/01/2023 21h09
O famigerado ‘frentão’

As pessoas têm me indagado insistentemente nas ruas e através das mídias sociais, querendo saber o porquê da derrota de Adelmo Júnior para Marcos Silva nas eleições majoritárias em Messias em 2020. Depois dos vários pedidos e questionamentos e, em respeito a essas pessoas as quais procuram por uma resposta convincente a exatos dois anos sobre esse assunto, resolvi então, atende-las.

Foram vários os motivos que ocasionaram a derrota de Adelmo Júnior, mas nenhum foi tão devastador, tão prejudicial, tão cruel quanto a péssima ideia da formação do famigerado ‘frentão’. Uma ideia absurda, estapafúrdia de quem não tem nenhum conhecimento sobre estratégia política, e isso ficou provado através dos números; isso é fato e contra fatos, por mais que se queira negar, não há argumentos.

Além de tudo isso, Adelmo Júnior não teve as condições necessárias para vencer a eleição, haja vista que, não tinha liberdade de ação, para sequer dar ‘uma bolacha’ ao eleitor.

O ‘frentão’ foi a união de dezessete candidatos em um único partido - MDB - às eleições proporcionais. Nesse partido existiam sete vereadores os quais possuíam suas bases políticas e que gozavam de prestigio e vantagens pessoais no governo municipal.

Ao tomar conhecimento da ideia de se formar o 'frentão', afirmei e mostrei por diversas vezes para alguns candidatos a vereadores de que eles entrariam na disputa em desvantagem em relação aos edis e que, essa ideia seria prejudicial, não só a eles, mas, sobretudo, para a eleição de Adelmo Júnior. Justiça seja feita, o vereador Ary Cleyton - hoje presidente do Poder Legislativo messiense -, e a vereadora Sônia Eusébio foram os únicos a acompanhar a minha linha de raciocínio.

Faltando sete meses para as eleições, ou seja, antes das convenções partidárias, fui ao gabinete de Adelmo Júnior, convidado pelo amigo Severino Rosa. Lá chegando, mostrei através de dados e números que o 'frentão' seria uma loucura, um suicídio político, uma proposta amadora, absurda e que, a partir daquele momento, a eleição estaria perdida; como de fato aconteceu.

Com a formação do 'frentão', era claro e evidente que vários pré-candidatos deixariam a administração municipal para engrossar as fileiras da oposição, porque esses não teriam a mínima chance de vitória concorrendo pela situação e, com isso, fortaleceriam a candidatura de Marcos Silva e o levaria a vitória, e foi exatamente isso que ocorreu.

Percebendo que não teriam nenhuma chance de conquistar uma vaga no Legislativo messiense, abandonaram o governo municipal os vereadores Marcos Valério - que se tornou vice-prefeito de Marcos Silva -, Geraldo Santos, - que deu régua e compasso para que Marcos Silva se filiasse ao PTB e viabilizasse sua candidatura a prefeito -, Levi Silva, Lourival Lima. Os pretensos candidatos Bráulio Miguel, Alírio Ferreira, Cícero do Nascimento, Marcinho Calheiros – esses não se candidataram -, com isso, Adelmo Júnior perdeu cerca de 1.500 votos. Como as eleições foram decididas por apenas 114 votos de diferença pró-Marcos Silva, nesse caso, Júnior seria eleito prefeito com uma boa margem de votos em relação a Marcos, inclusive, com uma diferença maior do que o então prefeito Jarbas Omena venceu nas eleições de 2016 ao derrotar Marcos Silva por uma diferença de 1.096 votos.

É preciso que todos entendam - especialmente a classe política -, que ninguém é dono da verdade e ninguém é forte sozinho. É preciso ouvir e se aconselhar com pessoas idôneas, independentes, ouvir a base política, ouvir aqueles que dominam e conhecem as estratégias e os caminhos para conquistar a vitória, e jamais se aconselhar com meia dúzia de apadrinhados políticos, amigos do poder, sanguessugas e puxa-sacos de plantão que só pensam em agradar para levar vantagem para si e seus familiares. Os políticos têm que entender que é preciso vestir a roupa da humildade, caso contrario, cairá no fracasso e ostracismo político.

Por isso, afirmo categoricamente que, o fracassado 'frentão' foi, sem dúvida, a principal causa da derrota de Adelmo Júnior para Marcos Silva à prefeitura messiense.

Portanto, cálculo mal feito, estratégia pessimamente elaborada, o resultado não poderia ser outro, senão a derrota; e, diga-se de passagem, ela veio à galope. Com a palavra, os “cientistas políticos e marqueteiros de plantão”.


Sobre o blog

Roberto Ventura: Bel. em   Ciências Sociais ( Cientista Político),   Jornalista, Radialista, Pós-graduado em Assessoria de Comunicação e Marketing, cursou Marketing Político, Ex-Arbitro de Futebol Profissional

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