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PT baiano promove ‘operação abafa’ para enterrar CPI e investigações contra a Braskem

Controladora da Braskem é antiga parceira do partido na Bahia

12/12/2023 17h05 - Atualizado em 12/12/2023 17h05
PT baiano promove ‘operação abafa’ para enterrar CPI e investigações contra a Braskem

Encerrada a desastrosa reunião entre Lula, Paulo Dantas e o prefeito JHC na manhã desta terça-feira, que serviu apenas para gastar carbono dos vôos de prefeito e governador até Brasília, está em curso uma bem sucedida operação de salvação da Braskem no âmbito político.

O movimento é capitaneado pelo PT baiano, dirigido por Rui Costa (Casa Civil) e Jacques Wagner, senador petista e líder do governo no Senado. Otto Alencar (PSD), apesar de não ser petista, também integra a trama.

E o que une a bancada de senadores baianos à Braskem, sabidamente a maior culpada pelo maior crime ambiental em área urbana do mundo? Os interesses em comum e a ‘amizade’ com a turma da empresa controladora da Braskem. A Novonor é uma reedição da antiga Odebrecht, construtora fundada pelo baiano Norberto Odebrecht, fiel parceira da política baiana desde que o mundo é redondo.

Cabe à Jacques Wagner, líder do governo no senado, abafar a criação da CPI - ou ao menos fazer com que ela traga danos mínimos à Braskem. Para isso, o senador atrasou enquanto pôde a indicação dos nomes petistas à comissão, e agora trabalha para que ela tramite em torno da sua influência, com relator de sua confiança.

Ao ministro Rui Costa, cabe manter o governo distante da questão, sob o pretexto de não interferir na ‘briga política’ que existe em Alagoas entre o prefeito JHC e o governador Paulo Dantas. Costa chegou a fazer uma defesa gratuita da Braskem, afirmando que sua operação “foi licenciada durante décadas por vários gestores que passaram pelo estado”.

Otto Alencar, por fim, seria o senador a instalar e dirigir a comissão, por ser o parlamentar mais velho entre os indicados. Renan Calheiros e seus longos dossiês contra a mineradora ficariam de fora do corpo diretivo da CPI.

A versão da ‘operação abafa’ agrada a Lula, não por alguma questão pouco republicana, mas porque o presidente é um crítico declarado do modelo ‘lava-jato’ de tratar as empresas brasileiras. Além disso, ele também avalia que um baque da Braskem vai acabar prejudicando a Petrobras, que é sócia da empresa.

Sim, o presidente está sendo convencido de que o crime ambiental cometido em Maceió é somente uma ‘guerra política’ entre duas facções políticas rivais.

Enquanto isso, o povo - este pequeno detalhe, vai ficando em segundo plano. Tanto em Alagoas, quanto em Brasília. Abafado.

Sobre o blog

O objetivo do blog é analisar a conjuntura política na capital e no interior de Alagoas.

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