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CPI da Braskem só no ano que vem - e sem Renan Calheiros dirigindo os trabalhos

Senador alagoano foi o autor do requerimento de criação da comissão, mas não foi eleito presidente

13/12/2023 17h05
CPI da Braskem só no ano que vem - e sem Renan Calheiros dirigindo os trabalhos

Após uma longa chicana capitaneada pela bancada baiana amiga da Braskem, nesta quarta-feira (13) finalmente foi lido o requerimento de formação da CPI que irá investigar o afundamento do solo em bairros de Maceió, crime ambiental cometido pela Braskem.

E só. Para quem esperava as primeiras ações ainda este ano, e ainda no calor dos movimentos de colapso da mina 18 da empresa, mais uma vez ficou frustrado. As investigações só vão começar após o retorno do recesso do legislativo, em fevereiro de 2024.

Na reunião inicial também foram escolhidos o presidente e o vice da CPI - a maioria decidiu pela escolha do relator apenas após o início dos trabalhos, no ano que vem. Omar Aziz (PSD-AM) e Jorge Kajuru (PSB-GO) foram os escolhidos em comum acordo pelos membros da comissão.

Apesar dos três senadores alagoanos integrarem o grupo que compõe a CPI, nenhum deles deve ser o relator dos trabalhos, no que se configurou em mais uma ‘tratorada’ em Renan Calheiros (MDB), autor do requerimento de criação da comissão. Tradicionalmente, o ‘dono’ do requerimento torna-se presidente ou relator dela.

Apesar de ser atualmente o senador melhor municiado para tratar da questão, Calheiros vai ter que negociar com o restante da comissão em tudo que precisar atuar. Não terá carta branca para investigar, convocar e inquirir executivos da empresa, como queria.

O isolamento de Renan é mais uma vitória do PT e aliados da Bahia, terra natal da antiga Odebrecht, atual Novonor - controladora da Braskem. Mesmo fora da CPI, o senador baiano Jacques Wagner estará de lupa observando e direcionando os movimentos dos trabalhos - com as bênçãos de Lula, que lavou as mãos após não conseguir unir a classe política alagoana.

Com um lobby estratégico e contando com o bate-cabeça dos políticos alagoanos, a Braskem vai lentamente construindo o caminho de uma punição branda, conseguindo aquilo a que se propôs desde a eclosão do escândalo, em 2018: a maior redução de danos possível.

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O objetivo do blog é analisar a conjuntura política na capital e no interior de Alagoas.

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