Alagoas

Mulheres alagoanas aderem manifestação de outros estados contra a "cultura do estupro"

Mobilizações em Alagoas acontecem em Maceió e Arapiraca

Por 7 Segundos 03/06/2016 17h05
Mulheres alagoanas aderem manifestação de outros estados contra a 'cultura do estupro'
- Foto: Movimento Mulheres em Luta

Movimentos de mulheres contra a "cultura do estupro" acontecem neste sábado (4) em Alagoas. Cidades de todo Brasil, como Recife e São Paulo, também estabeleceram este sábado, para protestar juntas. Em Alagoas os atos acontecerão em Arapiraca e Maceió.

O ato que está ocorrendo em várias cidades chama-se "POR TODAS ELAS". É uma manifestação em defesa das mulheres e contra a "cultura do estupro", após o caso da jovem que foi violentada por 33 homens, no Rio de Janeiro, e tendo em vista também os números assustadores com relação aos registros de abuso sexual no país.

“É importante à presença das mulheres nesse evento. Queremos desconstruir essa visão que nós merecemos ser violentadas. Roupa curta, álcool, baile funk, nada justifica o abuso sexual”, pontuou Rosely Lúcio da Silva, uma das organizadoras do movimento em Arapiraca.

Em Arapiraca o ato vai ocorrer pela manhã, na Praça da Prefeitura. A concentração começará às 09h, haverá um curto debate sobre a cultura do estupro, e, no mesmo momento, produção de cartazes. O movimento acredita que debater sobre o fato antes da manifestação, irá energizar as pessoas.

Na capital o ato, a concentração será às 14h. A ideia é que aconteçam algumas intervenções artísticas, com poesia, literatura e maracatu, oficina de cartazes e pintura de rosto. Depois a manifestação seguirá em direção ao posto 7. Após o ato público, acontecerão apresentações de grupos musicais, na ocupação do IPHAN no Jaraguá.

O movimento de Maceió recebeu apoio externo, tanto financeiro como de construção e organização do ato. O apoio veio do DCE Ufal, DCE Uncisal, Movimento mulheres em luta, Grupo de Pesquisa Gênero e Emancipação Humana e outros.

Nas reuniões do movimento em Maceió, registrou-se a presença de em média duzentas mulheres. Poliana Belo, uma das organizadoras do movimento da capital em entrevista ao portal 7segundos, reivindica: “Queremos 1% do PIB para o combate a violência contra a mulher! Queremos a efetivação imediata da lei Maria da Penha! Queremos acabar com o machismo e toda forma de opressão! E é nas ruas que iremos conseguir avanços!”.

Alagoas e a violência sexual 

De janeiro a maio deste ano, foram 150 registros de estupro de vulnerável (crianças e adolescentes com até 14 anos de idade), sendo 41 em Maceió. Ou seja, mais de uma criança foi estuprada por dia em Alagoas em 2016. Os dados foram repassados pela Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente. 

Os autores deste crime sexual praticado contra vulneráveis, geralmente são pessoas ligadas à família da vítima ou os próprios integrantes dela, como pais, padrastos, primos e tios.