Alagoas

Mais de 400 menores foram abusados sexualmente em AL; Maceió e Arapiraca lideram casos

Por 7 Segundos com Com informações - TV Ponta Verde /SBT Alagoas 26/07/2016 20h08
Mais de 400 menores foram abusados sexualmente em AL; Maceió e Arapiraca lideram casos
Conselho Tutelar afirma que ocorrências de abusos sexuais contra menores cresceu 10% em 2016 - Foto: Reprodução/ Tv Ponta Verde

Segundo um levantamento dos Conselhos Tutelares de Alagoas, com base nos dados da Perícia Oficial do Estado, nos seis primeiros meses de 2016, mais de 400 menores foram abusados ou explorados sexualmente. O número é alarmante e segundo os conselheiros, análise de algumas ocorrências leva a crer que uma rede de pedofilia poderia estar agindo na porta de escolas públicas localizadas em regiões de periferia. Maceió e Arapiraca apresentaram o maior número casos.

“Fica muito complicado para a família. Meu marido ficou impressionado com o que aconteceu. Eu não queria que isso acontecesse com as filhas de outras mães, para ninguém passar o que estou passando”, relatou a mãe de uma adolescente que foi estuprada.

A menor foi abordada por uma homem na frente da Escola Pompeu Sarmento, no bairro da Serraria, em Maceió, e obrigada a seguir com ele para o prédio abandonado de outra escola, no bairro do Novo Mundo, onde ela foi dopada e estuprada. A adolescente só reapareceu em casa no dia seguinte, com as marcas das agressões.

O conselheiro tutelar Arnaldo Leite, revela outras ocorrências semelhantes, registradas na porta de escolas públicas, e sugere que pedófilos estariam tendo como foco esses locais. Um menor de 11 anos também chegou a ser abordado na porta da mesma escola de onde a adolescente foi levada pelo estuprador.

“A suspeita dos conselheiros é que na porta dessas escolas das áreas de periferia, onde a maioria das públicas se localiza, está se aglomerando uma rede de pedofilia”, expôs.
A reportagem do Jornal do Dia da Tv Ponta Verde, esteve na escola onde a menor foi abordada e não flagrou nenhum policiamento durante todo o período que esteve no local. A Polícia Militar alega que ações são realizadas, mas que a demanda de escolas prejudicaria um policiamento constante.

“Temos 246 escolas para policiar. A Polícia Militar não é onipresente e o que acontece nesses casos específicos? É justamente quando a polícia não está presente. Mas já estamos com um trabalho de inteligência funcionando é fundamental que a sociedade nos ajude para que possamos dar uma pronta resposta”, afirmou o major Marlon Araújo, comandante do Batalhão de Policiamento de Eventos (BPE).

Nos últimos seis meses a Perícia Oficial notificou a realização de 209 exames de conjunção carnal (exame que detecta se houve abusos) em menores. O Conselho Tutelar afirma que 400 menores foram abusados nesse mesmo período em Alagoas, com a maior parte dos casos sendo registrada em Maceió e Arapiraca. O número é 10% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.