Seca é extrema e excepcional em todo território alagoano, aponta relatório
A seca em Alagoas chegou à situação excepcional em duas regiões do estado: no Sertão e no Agreste, mas também em situação extrema no Litoral, atingindo um nível de estiagem preocupante em todo o estado alagoano. É o que aponta o relatório do Monitor de Secas do Nordeste do Brasil, elaborado em fevereiro deste ano.
Segundo o relatório, Alagoas não teve modificação no grau de severidade da seca, que permanece intensa. O mapa classificou a situação alagoana de estiagem em dois níveis: Extrema (S3), segundo índice mais severo, em que a seca é a curto e médio prazo, e Excepcional (S4), nível mais intenso, em que a seca é a longo prazo, com mais de 12 meses de estiagem.
A seca de longo prazo "impacta significativamente o nível dos reservatórios, restringe severamente o consumo de água para o ser humanos, reduz as pastagens em grandes proporções, causa impacto econômico e sociais severos e, geralmente, gera o decreto de situação de emergência", conforme explica o meteorologista da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarth), do Estado, Vinícius Pinho.
Já a de curto ou médio prazo há pouca produtividade nas pastagens, restrição severa ao consumo de água para animais e irrigação e redução nos níveis de rios e reservatórios.
O impacto da seca em Alagoas passou de curto prazo em todo o estado para curto e longo prazo, devido ao nível de estiagem também nas regiões da Zona da Mata e do Litoral.
Segundo o Monitor de Secas, historicamente, o mês de janeiro é um período de poucas chuvas em Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe, Paraíba e Pernambuco. Ao contrário do Maranhão, Piauí e parte da Bahia, onde apresentam maiores níveis de chuvas.
Por isso, o mês de janeiro deste ano não foi diferente. Alagoas, assim como os estados menos chuvosos neste mês, apresentaram um nível de chuva inferior a 25 mm, considerado muito baixo.
“As chuvas desse período estiveram associadas a Zona de Convergência Intertropical, por isso os maiores volumes ficaram concentrados nas áreas mais ao norte da região Nordeste”, explica o relatório. Exemplos são os estados do Maranhão e Piauí.
Confira relatório completo aqui.
Segundo a Defesa Civil de Alagoas, em reportagem a Tv Ponta Verde, a quadra chuvosa no estado começa em abril a maio, mas tende a se realizar em um curto período de tempo. A previsão é de que em setembro, a estiagem volte a castigar o estado em um nível mais intenso.
O meteorologista da Semarth também confirma a previsão. "Infelizmente não há previsão de chuvas significativas para o estado de Alagoas nos próximos dias. Com relação a tendência climática, também não é nada animadora. Nossa expectativa é que tenhamos chuvas abaixo da normalidade pelo menos até meados de abril, o que pode agravar ainda mais a seca em Alagoas", afirma.
Pesquisadores preveem agravamento da seca no Nordeste entre fevereiro e abril
No último dia 21 de fevereiro, o governo do estado de Alagoas decretou situação de emergência em mais da metade do total de municípios alagoanos, 77 por 180 dias. Esta é considerada a pior seca já registrada em 50 anos em Alagoas.
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Segundo a Secretaria do Estado do Meio Ambiente, programas para minimizar os efeitos da seca estão sendo promovidos, como a perfuração de poços no semiárido, recuperação de nascentes e a o transporte de carros-pipa pela Defesa Civil Estadual e o Exército Brasileiro, para distribuir agua nas regiões mais críticas.
Municípios classificados com seca extrema de acordo com Monitor da Semarth:
Municípios classificados com Seca Excepcional de acordo com Monitor da Semarth: