Polícia

Oftalmologista sem licença é acusado de praticar 'venda casada' no interior de AL

Médico examinava pacientes e os faziam comprar óculos populares por R$ 600

Por 7 Segundos 06/03/2017 19h07
Oftalmologista sem licença é acusado de praticar 'venda casada' no interior de AL
Médico sem licença é suspeito de praticar venda casada em Alagoas - Foto: Divulgação

O Conselho Regional de Medicina (CRM) em Alagoas flagrou, nesta segunda-feira (6), um oftalmologista natural de São Paulo praticando venda casada num consultório público na cidade de Murici. O médico identificado como Diogo Garcia Neto, não tinha licença provisória para atuar em Alagoas e por isso pode ter a permissão cassada. 

Pacientes eram informados que o Centro de Diagnóstico de Murici realizava exames de oftamologia gratuitamente e se dirigiam ao local. Ao final de cada consulta, o funcionário do consultório entregava um papelzinho e encaminhava o paciente para comprar as lentes e armações dos óculos em uma ótica específica, com sede em Goiânia, pelo valor de R$ 600,00. O consultório também não tinha o equipamento mínimo exigido para a realização das consultas.

Em outubro do ano passado, o Portal 7 Segundos noticiou com exclusividade o mesmo caso, só que aplicado no município de Traipu. Na ocasião, os moradores do município procuraram a equipe de reportagem do portal para denunciar o golpe. Funcionários de uma ótica realizavam consultas oftalmológicas no lugar de médicos especializados e ainda utilizavam carimbos com o número de registros desses médicos.

De acordo com os denunciantes, carros de som e agentes de saúde do município realizavam a divulgação do multirão, que acontecia na maternidade da cidade, mas ao chegar no local para a suposta consulta, quem realizava o procedimento eram os funcionários. Ainda segundo os denunciantes, uma idosa portadora de glaucoma, uma defomidade no nervo ótico, foi vítima de negligência durante uma dessas "consultas". Os técnicos colocaram um colírio no olho da idosa e ela precisou de atendimento médico.

Ao procurar um especialista na cidade de Arapiraca, o médico informou que o colírio receitado em Traipu não poderia ser usado em uma pessoa que sofre de glaucoma.

O Portal 7 Segundos não conseguiu contato com a prefeitura de Murici.