Alagoas

AL registra 101 mortes em decorrência do Câncer de Colo do Útero em 2014, diz Inca

Por 7 Segundos com observatório de Oncologia 17/04/2017 09h09
AL registra 101 mortes em decorrência do Câncer de Colo do Útero em 2014, diz Inca
Dados apontam aumento de casos em relação ao ano de 2013 - Foto: Ilustração

Alagoas registrou 101 mortes de mulheres em decorrência do Câncer de Colo do Útero, em 2014, um aumento de seis casos se comparado a 2013 que registrou 85 óbitos. É o que apontam dados do Instituto do Câncer (Inca) e do Ministério da Saúde. A estatística coloca o estado na frante de Sergipe, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e estados do Norte.

Ainda de acordo com a divulgação, Alagoas foi a federação onde menos mulheres afirmaram ter realizado o exame Papanicolau nos últimos três anos para identificar se tem o Papiloma Vírus Humano (HPV), fator que desencadeia o Câncer de Colo. Apenas 53,80% delas afirmaram ter realizado o exame. Por outro lado, 159.094 meninas entre 9 e 14 anos receberam as doses da vacina HPV Quadrivalente, em 2014.

A maior taxa de mortalidade por câncer de colo de útero foi encontrado no Amazonas (14,97 óbitos / 100.000 mulheres) e a menor taxa em São Paulo (3,48 óbitos / 100.000 mulheres). Roraima (85,2%) apresentou o melhor índice de mulheres que realizaram o exame. Em 2014, o Ministério da Saúde relatou que a cobertura da vacina do HPV protegeu 108,28% das meninas de 9 a 13 anos, em todo o Brasil. 

A infecção pelo HPV é muito frequente, porém regride espontaneamente na maioria dos casos. Em uma parcela menor, quando a infecção persiste, especialmente é causada por um tipo viral oncogênico responsável pelo desenvolvimento de lesões que se não forem identificadas e tratadas, podem progredir para alguns tipos de câncer, principalmente o de colo de útero.

Tenho HPV, vou desenvolver câncer?
Não. Aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV e comparando esse dado com a incidência anual de aproximadamente 500 mil casos de câncer de colo uterino, conclui-se que o câncer é um desfecho raro, mesmo na presença do vírus. Ou seja, a infecção pelo HPV é um fator necessário, mas não suficiente para o desenvolvimento do câncer do colo do útero.


Além do HPV, há outros fatores que aumentam o risco para desenvolvimento deste tipo de câncer. Fatores ligados à imunidade, à genética e ao comportamento sexual, podem determinar a regressão ou a persistência da infecção pelo HPV e também a progressão para lesões precursoras ou câncer. Desta forma, o tabagismo, o início precoce da vida sexual, o número elevado de parceiros sexuais e de gestações e o uso de pílula anticoncepcional são considerados fatores de risco. A idade também interfere nesse processo, sendo que a maioria das infecções por HPV em mulheres com menos de 30 anos regridem espontaneamente, ao passo que acima dessa idade, a persistência é mais frequente.

Como posso me prevenir?
É muito importante ressaltar que o câncer de colo de útero é um câncer altamente preventivo. A prevenção é feita basicamente de duas formas: com a vacinação contra o HPV antes do início da vida sexual e fazendo o exame preventivo de Papanicolau (exame citopatológico do colo do útero), que pode detectar as lesões precursoras. Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, a porcentagem de prevenção da doença é alta.
O exame deve ser feito preferencialmente pelas mulheres entre 24 e 64 anos que têm ou já tiveram atividade sexual. Os dois primeiros exames devem ser feitos com o intervalo de um ano e, se os resultados forem normais, o exame passará a ser realizado a cada 3 anos. Com o rastreamento do Papanicolau aliado à pesquisa de HPV de alto risco, a chance de reduzir a mortalidade do câncer de colo do útero é muito grande e com a vacinação contra o HPV, esse número aumenta ainda mais.