Polícia

Acusados de matar Abinael Saldanha são ouvidos na Justiça; advogados falam em injustiça

Por 7 Segundos - Maceió, com Assessoria 17/05/2017 19h07
Acusados de matar Abinael Saldanha são ouvidos na Justiça; advogados falam em injustiça
Acusados permanecem presos no sistema prisional em Maceió - Foto: Reprodução - TV Justiça

Através de uma audiência em vídeoconferência os quatros acusados de sequestrarem e matarem o gestor em marketing Abinael Ramos Saldanha, de 25 anos, em junho do ano passado, foram ouvidos em uma audiência de instrução nesta quarta-feira (17) pelo juiz Galdino Amorim Vasconcelos, da 3ª Vara de Rio Largo.

A decisão foi tomada após frustradas tentativas de se ouvir os presos, no ano passado. Todas as vezes que o juiz determinava as audiências os acusados não compareciam. Segundo a de Ressocialização e Inclusão Social (SERIS), nas datas marcadas, o número de agentes penitenciários de plantão era insuficiente.   

A sessão teve a participação de representantes do Ministério Público Estadual (MPE), advogados de acusação e de defesa e parentes da vítima, entre elas a noiva do jovem morto, Kelly Oliveira.

Os presos, Ericksen Dowel da Silva Mendonça, 31; Deivison Bulhões da Rosa Santos; Jonatas Barbosa de Oliveira e Jalves Ferreira da Silva ficaram em uma sala adaptada para sessões em videmonitoramento dentro do sistema prisional em Maceió.

O primeiro a ser ouvido foi Ericksen Dowel que teria planejado o crime e pago aos executores. O advogado do réu, Rodrigo Ferro acredita que seu cliente será inocentado. Ele lembrou que a sociedade só ficou sabendo o que a polícia divulgou, mas nada sobre a vítima havia sido exposto.

O segundo ouvido foi Jalves Ferreira, responsabilizado pela Polícia Civil (PC) como sendo a pessoa que deflagrou os tiros contra Abinael. O advogado do acusado, João Neto disse ao juiz que o envolvimento do cliente com o assassinato é unicamente porque comprou, sem saber, o aparelho celular da vítima.

O terceiro envolvido no homicídio, Deivison Bulhões da Rosa Santos, foi orientado pelo advogado Lucas Bonfim, a não responder as perguntas do juiz, dos advogados e do promotor de Justiça.

 A expectativa agora é pela decisão do magistrado que terá cerca de quatro meses para se manifestar sobre o caso.

O crime

Abinael foi sequestrado na noite de 15 de junho de 2016 logo após sair da residência da noiva, localizada no bairro da Santa Lúcia, parte alta de Maceió.

Ele ia para casa no Complexo Benedito Bentes quando se deparou com recebeu uma ligação de Ericksen Dowel que teria pedido ajuda para consertar o pneu do carro supostamente esvaziado para chamar a atenção da vítima.

Sem nada desconfiar Abinael foi ao local onde estava o colega de trabalho, onde lá teria sido surpreendido pelo amigo. Na época a polícia descobriu que antes de atender a ligação do criminoso o gerente da empresa onde os dois trabalhavam também havia ligado para Abinael que teria falado que iria desligar para atender Ericksen.  

Abinael foi levado no próprio carro que antes dirigia, um Peugeot 206, preto, placa NMD 1618. No veículo estavam a vítima, Ericksen e Jalves Ferreira que levaram o trabalhador até um canavial na Zona Rural de Rio Largo, Região Metropolitana de Maceió (RMM), onde foi morto com um tiro na região da cabeça. Os dois retornaram para Maceió após Deivison Bulhões ir ao local onde eles estavam dirigindo o veículo do mandante do crime.

O corpo somente foi localizado dias após, com a ajuda de um dos participantes do crime que levou os policiais até o local da execução. O telefone da vítima foi comprado por Alfredo Fragoso de Almeida Sobrinho, que também foi preso.

A conclusão para o crime surpreendeu amigos e familiares da vítima. Ericksen Dowel teria ciúmes da progressão profissional e vida intima da vítima. O acusado também teria desviado dinheiro da empresa onde os dois trabalhavam e Abinael havia descoberto e pedido para o suspeito devolver tudo. Temendo que o colega, que havia empregado Ericksen na empresa, comunicasse o caso a seus chefes e motivado pelo ciúmes que mantinha do amigo, ele decidiu mata-lo.