Durante sessão na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), na tarde desta terça-feira (29), o deputado Rodrigo Cunha subiu a tribuna para contestar os investimentos do governo no Hospital Geral do Estado (HGE).  Segundo ele o problema não pode ser tratado pela casa que tem poder de fiscalizar, como uma “cortina de fumaça”, mas sim como um aspecto importante a ser resolvido.

O deputado que diz ter acompanhado a repercussão nacional do desabastecimento no HGE e as manifestações do Governador Renan Filho e do Secretário de Saúde Christian Texeira, criticou as atitudes do gestores diante do problema que não é novidade no estado.

“Desabastecimento do HGE: esse é o grande problema, e é isso que o gestor deve resolver e tornar publico. Veja o carimbo que o gestor tenta colocar na ex-secretaria de saúde, não é essa atitude que um gestor exemplar deve tomar, ele deve neste momento assumir a responsabilidade e tentar encontrar a solução, mas não arrumar culpados”, desabafou Cunha.

Há alguns meses, o deputado tem fiscalizado o orçamento do estado no portal da transparência, com o objetivo de entender os problemas da saúde do estado. Sua análise resultou na elaboração de três vertentes, que indicam os possíveis motivos para os atuais problemas encontrados no HGE.

O primeiro deles estaria no próprio Orçamento. A pesar de ser um assunto a ser discutido, Rodrigo descarta que esse seja o real problema para o desabastecimento, já que há investimento para a construção de cinco hospitais e itens considerados supérfluos por ele.

O segundo motivo para o problema também pode estar na Gestão, segundo o deputado, o  governo reconhece isso, já que a  Procuradoria do Estado  já divulgou a situação calamitosa do HGE no Diário Oficial do Estado.

“Cerca de 4 meses depois que o governador assumiu as denuncias começaram, ele então foi no local e rotulou o problema com desabastecimento. Para mim são questões de escolha, ou pega o dinheiro do Fecoep e ajuda pessoas que não podem esperar 3 anos, ou se constroe novos hospitais”, comentou o deputado.

A última hipótese a ser discutida seria a corrupção. Ao analisar o portal da transparência, Rodrigo diz ter percebido que uma empresa foi contratada por 38 milhões reais ate hoje para abastecimento de insumos dos hospitais estaduais. Para ele, se a empresa não entregou nada nesse período há algo errado, porém se ela entrega um mapeamento do que eu falta nos hospitais a culpa é da gestão.

Para investigar as causas do problema do hospital, o deputado diz ter marcado uma audiência para próximo dia 12 de setembro,às 9 horas com a empresa contratada, o governo, secretarios, diretores e sindicatos.