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[Vídeo] Sobe o número de mortos nos incêndios florestais na Grécia

Defesa Civil divulga balanço de 49 mortos, enquanto prefeito de uma das cidades atingidas fala em 60. Incêndio já é considerado o pior a atingir o país em mais de uma década

Por G1 24/07/2018 09h09
[Vídeo] Sobe o número de mortos nos incêndios florestais na Grécia
Sobe número de mortos na Grécia. - Foto: Reuters/Costas Baltas

O número de mortos e feridos pelos incêndios florestais que atingem o nordeste de Atenas, capital da Grécia, aumentou nesta terça-feira (24). A Defesa Civil divulgou um balanço de 49 mortos e 156 feridos. Já o prefeito de Rafina, que é uma das cidades atingidas, afirma que 60 pessoas morreram. Os incêndios já são considerados os piores a atingir o país em mais de uma década.

O porta-voz do governo, Dimitris Tzanakopoulos, afirmou na madrugada desta terça que ao menos 16 crianças estão entre os feridos. Entre os mortos, está um bebê de 6 meses que não resistiu à intoxicação por fumaça.

Incêndios florestais na Grécia causam 50 mortes e feridos passam de 150

O fogo começou no fim da tarde de segunda-feira, quando as autoridades divulgaram um balanço de 20 mortos e 104 feridos. Moradores da região foram forçados a fugir em direção ao mar para escapar das chamas. Alguns dos mortos foram encontrados em rotas de fuga.

O país teve um inverno considerado seco no início deste ano e agora, com as altas temperaturas do verão, houve condições ideais para o fogo se alastrar. Incêndios do tipo já ocorreram em outras ocasiões. Em agosto de 2007, dezenas de pessoas morreram quando o fogo devastou o sul grego.

Desta vez, o fogo avança em três frentes na região de Ática: uma na cidade de Rafina, 50 km a leste da capital Atenas, outra perto do vilarejo balneário de Mati, a 29 km a leste da capital, e uma terceira em Kineta, 50 km a oeste.

Centenas de bombeiros foram mobilizados para atuar nas chamas. O Exército também foi convocado. Nesta terça, aviões de combate a incêndio vindos da Espanha e voluntários do Chipre chegaram ao local.

As chamas destroem casas e interromperam o serviço em grandes vias de transporte. Conexões ferroviárias foram destruídas e voos foram desviados ou cancelados.

O primeiro-ministro Alexis Tsipras estava na Bósnia e resolveu antecipar a volta à Grécia. Ele declarou três dias de luto nacional e falou sobre ações para barrar a destruição:

"Faremos tudo que é humanamente possível para controlá-lo. Estamos lidando com algo completamente diferente", disse o premiê.

"Hoje a Grécia está de luto e, em memória daqueles que foram perdidos, estamos declarando um período de três dias de luto", disse Tsipras. "Mas não devemos deixar que o luto nos destrua, porque estas horas são horas de batalha, unidade, coragem e acima de tudo solidariedade."

Vilarejo destruído

A pequena cidade de Mati costuma atrair turistas locais, como idosos e crianças que buscam colônias de férias. O vilarejo, onde as autoridades encontraram a maior parte dos mortos até o momento, foi destruído pelas chamas.

"Mati não existe mais nem mesmo como um pequeno povoado. Eu vi corpos e carros queimados. Tenho muita sorte de estar viva", disse uma mulher à rede de televisão grega Skai.

Autoridades encontraram 25 corpos em uma casa em Mati, na área entre o porto de Rafina e Nea Makri.

Mortos em rotas de fuga

As autoridades gregas pediram que os moradores de uma região litorânea próxima de Atenas abandonassem suas casas.

"Moradores e visitantes na área não escaparam a tempo, mesmo estando a apenas alguns metros do mar ou em suas casas", disse a porta-voz da brigada de incêndio, Stavroula Maliri.

Um jornalista da agência Reuters viu ao menos quatro pessoas mortas pelo fogo em uma estrada. Eles estariam, segundo a agência, na direção de uma praia onde poderiam ficar mais seguros.

Equipes de emergência também encontraram um grupo de 26 vítimas, algumas crianças, deitadas juntas perto do topo de um rochedo de frente para a praia. "Eles tentaram encontrar uma rota de fuga mas, infelizmente, essas pessoas e seus filhos não conseguiram a tempo. Instintivamente, vendo o fim se aproximar, eles se abraçaram", disse Nikos Economopoulos, chefe da Cruz Vermelha na Grécia, à Skai TV.

Um fotógrafo da France Presse encontrou três corpos carbonizados embaixo de um carro perto de Rafina, 40 km a leste de Atenas. Duas pessoas morreram antes de serem transferidas a hospitais, anunciou a TV pública Ert, citando os serviços de emergência da capital, Ekav.

Cerca de 700 pessoas que conseguiram chegar ao litoral foram resgatados por navios da guarda costeira e outros barcos. A guarda costeira também retirou 19 sobreviventes e 4 mortos que estavam no mar.