Eleições 2018

Ana Amélia aceita ser vice de Alckmin, mas condiciona apoio a acertos no RS

Senadora do PP integrará chapa mesmo com desconfiança de seu partido e de outros do centrão

Por Folha de S. Paulo 02/08/2018 21h09
Ana Amélia aceita ser vice de Alckmin, mas condiciona apoio a acertos no RS
Ana Amélia aceita ser vice de Alckmin, mas condiciona apoio a acertos no RS - Foto: Reprodução/FolhadeS.Paulo

A senadora gaúcha Ana Amélia (PP), 73, aceitou na tarde desta quinta-feira (2) ser vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) para disputa pelo Palácio do Planalto.  Porém, só confirmará a aliança depois que PSDB e PP se acertarem no Rio Grande do Sul.

PP e PSDB têm candidatos ao governo do estado. O deputado Luiz Carlos Heinze (PP), com apoio de DEM, PSC, Pros e PSL, enfrenta o ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite (PSDB), com apoio de PHS, Rede, PTB, PPS e PRB?.

Heinze disse que está disposto a deixar a disputa para ser candidato ao Senado em uma composição entre as legendas, inclusive para a disputa proporcional. Ele disse também que deixaria de apoiar a candidatura presidencial Jair Bolsonaro (PSL) para apoiar Alckmin.

Aliados de Alckmin já comemoram a decisão da gaúcha, mas ela disse que a palavra final será do próprio candidato.

"A minha decisão depende desses acertos. Ele que vai falar sobre isso depois de fechar todos os acordos com o nosso partido", afirmou a senadora. 

Ela havia sido procurada por Alckmin na quarta (1º) e, nesta quinta, pelo ex-presidente FHC. 

Além da questão do estado, Ana Amélia analisou também seu estado de saúde. Ela foi internada nesta semana com uma crise de hipertensão.

Até o início desta semana, Ana Amélia descartava ser vice na chapa de Alckmin, mas disse que, agora, analisa a relevância do posto.

Ao longo do dia, o pré-candidato do PSDB e representantes do centrão —DEM, PP, PR, PRB e SD— negaram repetidamente que tivessem feito o convite à gaúcha.

Depois de ser rejeitado pelo empresário Josué Alencar (PR), Alckmin e seus aliados não queriam sofrer o desgaste de uma nova recusa.

O ex-governador de São Paulo se esforçava para chegar à convenção de seu partido, no sábado (4), já com o posto de vice definido.

O nome de Ana Amélia não é consenso em seu partido e também entre siglas do centrão. Embora Ciro Nogueira diga não haver veto à gaúcha, correligionários reconhecem a total falta de entrosamento entre a senadora e a cúpula do partido.

Aliados de Nogueira dizem haver preocupação com uma eventual perda de poder da ala nordestina do PP.

Além da presidência da legenda com o senador do Piauí, cabe ao paraibano Aguinaldo Ribeiro a liderança do governo na Câmara, e ao alagoano Arthur Lira a liderança do PP na Casa.

Outra preocupação é que, ao levar um quadro do partido para a Vice-Presidência, Alckmin queira diminuir o espaço que o PP tem hoje na Esplanada dos Ministérios.