Brasil

Joesley Batista e vice-governador de Minas Gerais são presos

O empresário da JBS foi preso em São Paulo e a ação da PF foi realizada em mais 4 estados

Por Uol 09/11/2018 06h06
Joesley Batista e vice-governador de Minas Gerais são presos
Antonio Andrade teria cobrado propina de Joesley para empregar medidas que beneficiassem a JBS - Foto: Reprodução/Futura Press-Fátima Meira

A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira (9) o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, e o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), por crime de lavagem de dinheiro em operação desdobramento da Lava Jato.

Ao UOL, um dos advogados de Joesley, Pierpaolo Bottini, disse que ainda não poderia comentar a situação, pois não teve acesso a decisão até o momento.

A ação, batizada de Capitu, é realizada em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraíba, Mato Grosso e Distrito Federal. Joesley foi preso em São Paulo e Andrade, no interior de MG.

Estão sendo cumpridos, no total, 19 mandados de prisão temporária, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, e 63 mandados de busca e apreensão nesses estados.

A investigação da PF tem base nas declarações do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, sobre supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam direta ou indiretamente no Ministério da Agricultura em 2014 e 2015.

À época, Andrade era ministro da Agricultura, no governo Dilma Rousseff. Ele teria cobrado propina de Joesley para empregar medidas que beneficiassem a JBS, em detrimento dos concorrentes do grupo.

Segundo a PF, a JBS teria pago R$ 2 milhões, por exemplo, pela regulamentação da exportação de despojos e R$ 5 milhões pela proibição de um remédio para parasitas de longa duração.

Ainda segundo a polícia, um deputado federal da Paraíba teria recebido R$ 50 mil do grupo como contrapartida, em decorrência da tentativa de promover a federalização das inspeções sanitárias de frigoríficos por meio de uma emenda, cujo objeto tinha natureza totalmente diversa do escopo da medida provisória nº 653/2014 na qual foi inserida.